| 12/11/2008 03h49min
Diante do mal-estar entre a Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) provocado pela apreensão de documentos estratégicos da agência durante as investigações da Operação Satiagraha, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que não existe “nenhuma relação de controvérsia” entre o Ministério da Justiça e o Gabinete de Segurança Institucional, aos quais os dois órgãos são subordinados.
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Em defesa da PF, Tarso disse que não houve excessos dos policiais na apreensão de documentos
sigilosos da agência. O ministro esteve na Câmara participando de
sessão da Comissão de Direitos Humanos.
O ministro disse que os documentos da Abin estão lacrados e serão abertos somente com a presença de agentes do órgão, a fim de preservar o sigilo. Além disso, Tarso afirmou que não serão utilizados documentos sem relação com o inquérito da Satiagraha.
— A Polícia Federal não errou, ela cumpriu mandado judicial, e nós estamos agora dando garantias para a Abin e para o ministro Jorge Félix de que a abertura dos lacres só será feita com a presença de representantes da Abin — afirmou.
Entre os documentos apreendidos na Abin, há dados operacionais sobre temas sensíveis de interesse político, militar e econômico. Os arquivos também conteriam nomes de informantes e funcionários de inteligência, inclusive adidos estrangeiros que cooperam com a agência.
Em meio ao material apreendido há dados sobre exploração mineral no país, controle de fronteiras, espionagem internacional e contra-espionagem, além de
trabalhos voltados ao monitoramento de
movimentos sociais e terrorismo.
Na Abin, o clima é de irritação com a ação da PF e pelo eventual vazamento dos dados, que poderia colocar em risco a vida de funcionários infiltrados ou o sucesso de operações em curso. Caso ocorra o vazamento, os agentes de inteligência ameaçam revidar – vazariam também informações sigilosas de agentes da PF.