Conquistada a vaga à Série A e cumprido o objetivo do ano, é hora de fazer o balanço. E nele, não podem faltar os méritos àqueles que foram os guerreiros dentro e fora de campo e levaram o Avaí ao acesso, concretizado na noite de terça-feira, com a vitória por 1 a 0 sobre o Brasiliense. O técnico Silas, sempre aglomerador do grupo, destacou tanto os jogadores que integraram o time no jogo do acesso, como outros que não tiveram tantas oportunidades ao longo da Série B.

Para ele, foi emocionante receber o carinho e contar com o reconhecimento dos jogadores que tiveram poucas chances de entrar em campo ou compor a lista de relacionados nesta Segundona, caso de Paulão, Didi e Hégon, entre outros do grupo principal. Silas destacou que isto é fruto do respeito do grupo, já que, como comandante, sempre cumpriu sua palavra.

— O abraço de quem jogou pouco demonstrou o carinho que eles têm comigo e com o trabalho. Paulão, Fábio Fidélis, Didi, os meninos da base, etc. O Zé Rodolfo me deu um abraço, agradeceu. Eles têm isso comigo porque viram que eu sempre cumpri minha palavra — disse Silas.

A nobreza dos gêmeos

Quem também mereceu atenção especial de Silas no discurso foram os gêmeos Cássio e Rafael. Rafael, em 2007, era o dono da vaga na zaga. No Catarinense, foi a vez do seu irmão, Cássio, se destacar, e permanecer como titular na Série B. Rafael atuava quando o esquema pedia três zagueiros.

No entanto, com a chegada de Ozéia ao grupo, Rafael perdeu o seu lugar. Depois, foi Cássio que deixou de começar as partidas para a entrada de Turatto. Porém, com Cássio reconquistando a vaga de titular e Rafael recuperado de uma lesão no joelho, ambos formaram a dupla de zaga no jogo do acesso e agradeceram ao comandante, que se sentiu lisongeado com a nobreza dos seus jogadores.

— Também preciso ressaltar a nobreza dos gêmeos, o Rafael e o Cássio. Quando o Ozéia chegou, eu tirei um (Rafael). Depois, com a chegada do Turatto, tirei outro (Cássio). E Deus premiou os dois porque eles puderam jogar a partida da classificação juntos. E vieram me agradecer, porque eu pensei em colocar o Fabrício, mas achei que ele não agüentaria o jogo todo e talvez eu precisasse dele no segundo tempo — explicou, afirmando ainda que é complicado exaltar um ou outro jogador em um grupo tão homogêneo e qualificado.

— Eu fico até sem jeito de nomear os atletas porque a gente acaba esquecendo um ou outro. Mas é um grupo que, para formar outro como este, vai ter que procurar muito bem, porque antes de ser um grupo de atletas, é um grupo de homens — completou.

Juliano ficou fora do jogo do acesso

O caso de Juliano, reserva de ninguém menos que Marquinhos e Valber, os comandantes do meio-campo, foi o primeiro a ser comentado pelo técnico avaiano. O meia teve um imbróglio jurídico com seu ex-clube e, com a suspensão de uma liminar que o liberava para atuar pelo Leão, não pôde entrar em campo na vitória sobre o Brasiliense, quando era forte candidato à vaga do ídolo Marquinhos, suspenso.

— O caso do Juliano, por exemplo, em função do problema fora do campo, já que a liminar foi suspensa, ele não pôde nem ir para o banco. Ele chorou para caramba quando eu tive que dar a notícia para ele. Ele foi para a sala de musculação, chorou, mas eu pedi para que, quando ele saísse dali, fosse direto aos companheiros dar força para eles, porque eles precisam de você — contou Silas, que garantiu um lugar entre os titulares para Juliano nas próximas rodadas.

— Eu falei para ele que, com a classificação garantida, ele será titular em um dos três próximos jogos. Eu vou cumprir minha palavra porque ele ajudou muito este grupo — completou.

Os três jogos restantes

O sonho já está realizado, mas o Avaí ainda tem outros três jogos até o final da Série B. O próximo será no sábado, contra o Bragantino, em Bragança Paulista, às 16h20min. Depois, no outro sábado, dia 22, o Leão encara o Corinthians no Pacaembu. E quem não teve a chance de acompanhar o Leão jogando na Ressacada, ainda poderá ver seu time na última rodada, quando encara o São Caetano, dia 29 de novembro.