Ainda era cedo quando os arredores da Ressacada foram tomados pelas cores azul e branca. Em plena tarde de terça-feira, muitos torcedores já estavam concentrados em frente ao estádio do Avaí aguardando a partida decisiva contra o Brasiliense, na suada vitória por 1 a 0, que garantiu o histórico acesso do Leão na Série A 2009. Assim como o percurso do Leão rumo à vaga na elite foi árduo, o caminho do torcedor ao estádio do Leão também não foi nada fácil.

A diretoria do clube esperava casa cheia, e foi o que aconteceu. Mais de 13 mil pessoas compareceram para assistir à atuação dos comandados de Silas. Muitos garantiram o ingresso para a grande decisão comprando o bilhete com horas, ou até dias, de antecedência.

Para os que deixaram para adquirir a entrada na última hora, o jeito foi desembolsar um pouco mais. Ao redor do estádio, os cambistas estavam vendendo cada ingresso a R$ 50.

O trajeto até o estádio exigiu paciência. A saída para alguns torcedores foi inventar aquela desculpa para sair mais cedo do trabalho. E, mesmo assim, foi necessário enfrentar quilômetros de congestionamento na Via Expressa Sul para dar força ao time que faz uma campanha exemplar durante a disputa da Segundona.

Momentos antes do jogo, o que se via na multidão concentrada em frente à Toca do Leão era muito otimismo. Não faltaram alusões à Primeira Divisão em 2009, brincadeiras sobre os possíveis reforços da próxima temporada — até o craque Ronaldinho Gaúcho apareceu entre os listados. E, claro, não faltaram aqueles que, ao invés de festejar o acesso do Avaí, preferiam lembrar a difícil situação do rival Figueirense na Série A.

Quando, finalmente, os portões da Ressacada foram abertos a torcida rapidamente tomou conta das arquibancadas e deu show: eram milhares de pessoas entoando o hino do Leão da Ilha e gritando palavras de incentivo ao esquadrão azurra.

Após embalar o time e sofrer até o gol chorado de Evando aos 36 minutos do segundo tempo, a torcida enfrentou mais um congestionamento, desta vez na saída do estádio. Mas, agora, a espera na fila não tinha a angustia da confirmação da vaga mas, sim, a alegria de soltar um grito preso na garganta do torcedor nos últimos 10 anos de batalha na Série B.