Jogando à tarde em plena quarta-feira, no Estádio Beira-Rio, o Inter empatou em 0 a 0 com a Universidad Católica, do Chile, e se classificou para as quartas-de-final da Copa Sul-Americana. A classificação veio pelo saldo de gols qualificado, após o 1 a 1 no Chile. O adversário começa a ser definido às 19h30min, entre LDU e Boca Juniors.

Com apenas quatro titulares — Clemer, Ricardo Lopes, Edinho e Bolívar — o Inter tentou pressionar a Universidad Católica desde o início. Apesar da ausência do trio de canhotos que desestabilizou o Grêmio no Gre-Nal (Alex e D'Alessandro não foram relacionados, e Guiñazu começou no banco), o time de Tite priorizou o lado esquerdo de ataque. Marcão, Daniel Carvalho e Taison comandaram a articulação do Inter pelo setor, e municiaram à exaustão o atacante Adriano na área. Duas vezes ele chegou tarde demais, mas aos 43 minutos, conseguiu driblar o goleiro, mas chutou na trave.

Mesmo precisando marcar ao menos um gol para chegar às quartas-de-final, o Universidad Católica não se arriscou. Jogando no esquema 4-1-4-1, com duas linhas de quatro jogadores, um volante entre elas e apenas um atacante, os chilenos procuraram marcar no próprio campo, trocar passes sem pressa e arriscar contra-ataques.

Com a má atuação, Tite tentou levar o Inter à frente com as entradas de Ramón e Guiñazu, aos 14 minutos do segundo tempo. No entanto, o volante argentino, símbolo de bravura e aguerrimento, sofreu uma lesão no braço esquerdo em seu primeiro lance. A imagem chocou os colorados. Acostumados a ver Guiñazu desafiar o cansaço, o calor, o frio ou a chuva, os torcedores foram obrigados a acompanhar as expressões de dor e sofrimento do argentino, que não completou um minuto de partida.

Com o braço enfaixado, ele deixou o campo sob aplausos, para a entrada de Índio. E o Inter queimou ali as três substituições, precisando segurar o empate sem gols que o classificava com o time recheado de reservas, sem o trio de canhotos e sem a qualidade de Nilmar no ataque.

A partir dos 15 minutos, o Inter se limitou a administrar o resultado, segurando o Universidad Católica no próprio campo e acionando Adriano — quase sempre impedido — nos contra-ataques. Aos 45 minutos, Clemer ainda salvou o Inter com uma defesa espetacular em chute forte de Vásquez. Assim chegou a classificação. Sem brilho, mas com eficiência. E, no final, Clemer foi o herói.