| 27/08/2008 08h16min
Antes do jogo, é consenso que o Gre-Nal de amanhã é o único, dos quatro previstos para 2008, que fará uma torcida festejar. Afinal, vale uma vaga na segunda fase da Copa Sul-Americana. Mas é inegável que o torneio, ainda que inédito nas salas de troféus da Dupla, está longe de ser prioridade dos clubes.
Então, uma pergunta se impõe: o que motiva Inter e Grêmio a vencer amanhã, no jogo das 19h20min, no Olímpico? Evidentemente que uma resposta óbvia aponta para a graça de eliminar o maior rival, na esperança de se tornar realidade a teoria que "Gre-Nal arruma a casa do vencedor".
Mas, para avançar nesta análise, os treinadores Tite e Celso Roth foram escolhidos pelo Diário Gaúcho para revelar as motivações de seus times. As respostas foram diretamente ligadas à situação de cada um no Brasileirão.
Vitória dará sobrevida ao Banguzinho
Está enganado quem pensa que a Copa
Sul-Americana pode atrapalhar a caminhada do Grêmio no Brasileirão. A
classificação sobre o Internacional, amanhã, no Olímpico, deixará o Tricolor mais forte na luta pelo título nacional.
A opinião é do técnico Celso Roth. Ontem, ao falar sobre os benefícios de ganhar o clássico, ele decretou: a vitória tornará o grupo mais forte na liderança.
— Os reservas, jogando com freqüência, ficam no mesmo nível de competição dos titulares. São poucos os profissionais que dão esta oportunidade. É bom eu ficar com aquela dor de cabeça positiva para escalar — analisou o treinador.
Técnico deu recado aos cartolas
Desta forma, o Banguzinho (nome que os reservas gremistas ganharam em 1995, quando conquistaram o Gauchão diante dos titulares do Inter) terá uma sobrevida e continuará representando o Grêmio na competição. Poderá, ainda, ser alternativa a problemas como a queda de rendimento nas últimas duas partidas do Nacional. Fato que foi alvo de críticas do assessor de futebol,
André Krieger, e do presidente, Paulo Odone.
—
Temos performance muito boa. Os números comprovam. Mas num campeonato longo, teremos desequilíbrios. Desempenho igual a todo instante nós não vamos ter. Isso é óbvio — disse Roth.
"Se perder, paciência. É do jogo"
A desclassificação, porém, colocará fim ao plano. Algo que parece não tirar o sono de Roth:
— Se perder, paciência. É do jogo. A vida segue.
No Colorado, vaga significa novo ânimo
Quem tem mais a perder com uma desclassificação na Copa Sul-Americana? Diante desta questão, o técnico colorado, Tite, dá um sorriso tímido e responde:
— Eu não sei. Mas nós queremos muito ganhar.
Para o Internacional, o jogo de amanhã tem significados que vão além de vencer o rival e prosseguir na competição. A instabilidade de atuações (e resultados no Brasileirão) e a desconfiança
por parte da torcida tornam o clássico Gre-Nal fundamental para o restante da temporada.
Classificação
deve amenizar crise
Um triunfo colorado não servirá apenas para amenizar o desempenho decepcionante até agora no Nacional: time está em nono, oito pontos abaixo do G4 e 15 atrás do líder, justamente o Grêmio. Até por isto, vencer amanhã significará a chance de retomar a confiança perdida, mesmo sendo o Inter um time cheio de caras contratações.
— Sabemos que uma vitória terá grande influência no ânimo do grupo — admitiu Tite.
Jogar contra reservas aumenta pressão
A pressão em derrotar o time reserva do Grêmio (Tite insinua que Roth não poupará titulares) não está apenas no técnico. Ao menos é o que declara o meia Alex:
— Em momentos difíceis sempre sobra para o treinador. Mas ele não deve carregar esse peso sozinho. A gente precisa fazer mais.
Mas, em caso de derrota, todos sabem que o fracasso deve complicar a vida no Brasileirão.
Tite e Roth concordam que Sul-Americana se reflete no Brasileirão
Foto:
Montagem de fotos de Mauro Vieira e Ricardo Duarte