| 13/08/2008 15h32min
Em 18 anos de carreira, Silas atuou em nada menos que seis países diferentes e participou de duas Copas do Mundo (86 e 90). Sete anos após pendurar as chuteiras, o ex-jogador é atualmente o comandante do vice-líder da Série B, o Avaí, e conta com a simpatia da torcida em Santa Catarina.
Silas começou a carreira de treinador quando deixou o posto de auxiliar técnico de Zetti para assumir o Fortaleza, nas últimas rodadas da Série B do ano passado. Desde março, quando chegou ao Avaí, foram apenas duas derrotas, ambas na Segundona. A equipe aparece em segundo lugar, com 34 pontos, dois abaixo do Corinthians.
— Nossa primeira meta é ficar na Série B, e isso acho que praticamente garantimos. Depois é terminar entre os quatro. E a terceira meta é ganhar o título. Não pelo time, mas por tudo o que já venceu, o Corinthians é o favorito. Continuo acreditando que uma das três vagas será dele, mas se continuarem deixando, vamos ganhar tudo — disse ao site Globoesporte.com.
Silas como ídolo argentino
Silas atuou como meia jogando pelo São Paulo, em 1985. Um ano depois já participava da Copa da Espanha. No entanto, foi entre 94 e 97 que viveu um momento muito curioso: se transformou no grande ídolo do San Lorenzo, da Argentina, e entrou para o seleto grupo dos brasileiros que fizeram sucesso no país vizinho. E foi de lá e da Itália que tirou muita coisa para virar treinador.
— Eu não gosto da técnica dos italianos. Eles não têm isso, mas possuem uma tática muito boa. Já o futebol argentino marca e joga, correndo bastante, com os meias apertados pelos lados e aquele camisa 10 armando. Eu prefiro o jeito argentino de jogar, sempre com pegada e qualidade para atuar — disse Silas, que na Itália passou por Cesena (90 e 91) e Sampdoria (91 e 92), além de Sporting, de Portugal, Central Español, do Uruguai, além de Kashiwa Reysol e Kyoto Sanga, do Japão.
Carreira de meia contribuiu
O treinador, aliás, acredita que a carreira de jogador, principalmente atuando no meio-de-campo, contribuiu bastante para que ele tivesse um bom início no banco de reservas. Em 2000, era uma espécie de auxiliar técnico de Oswaldo Alvarez, o Vadão, na campanha que culminou com o título estadual do Atlético-PR e na disputa da Taça Libertadores — o time teve a segunda melhor campanha da primeira fase, mas foi eliminado nas quartas-de-final, pelo Atlético-MG, nas cobranças de pênaltis.
— Eu não era como Romário e Túlio, que estão lá para fazer os gols. Quando era jogador, gostava de ver o time como um todo. Me preocupava em como estava a marcação, se os setores estavam atuando corretamente. Hoje, isso facilita meu trabalho como treinador — acrescentou Silas, que se inspira em Cilinho, Marcello Lippi, Antônio Lopes, Ênio Andrade e Telê Santana.