| 05/08/2008 10h21min
O currículo do zagueiro Wescley pode enganar alguém mais desavisado. Apesar de rodado, o jogador tem apenas 24 anos. Revelado pelo Vasco em 2003 e campeão brasileiro com o Corinthians em 2005, Wescley tenta recuperar o tempo perdido no Criciúma, aonde chegou no início do ano. Após passagem traumática pelo Juventude, em 2007, marcada por um rebaixamento à Série B e por um assalto no qual seu filho saiu ferido, o zagueiro foi contratado pelo Criciúma.
Autor do primeiro gol do Tigre na Série B deste ano, o zagueiro tem a simpatia da torcida e dos dirigentes. Apesar de ter se lesionado recentemente, ele garante que também tem crédito com o técnico Édson Gaúcho e que a equipe tem grandes chances de voltar à primeira divisão, após quatro anos.
— Está difícil, mas creio que temos condições. Com a chegada do Edson, a equipe está crescendo. Mas agora tivemos alguns problemas de contusões que atrapalharam. A qualidade da equipe é grande, temos um time experiente, com
jogadores como Jardel, Luis
Mário... Nós vamos fazer de tudo para chegar à Primeira Divisão — afirmou o jogador ao site Globoesporte.com.
Ano marcado por problemas
Em 2007, o jogador enfrentou problemas em campo e fora dele. Em má fase no Juventude, Wescley viu tudo piorar quando foi vítima de uma tentativa de assalto na cidade de Caxias do Sul. No incidente, seu filho Miguel, com sete meses então, foi baleado. O zagueiro pensou que o problema não fosse abalá-lo em campo, mas diz que não foi bem assim.
— Ano passado, achei que não fosse me atrapalhar. Mas acabou mexendo muito comigo. Fiquei muito nervoso. Algumas coisas que eu falava, até mesmo para membros da diretoria, eu nunca havia dito. Tudo isso me chateou muito – explicou o jogador.
"Achei que era o cara"
Em 2004, o jogador foi vendido para o Maccaibi Haïfa, de Israel. Voltou para o Brasil em 2005, para o Corinthians,
quando fez parte da equipe que foi campeã brasileira daquele ano. Título que, segundo
ele, foi o fato mais marcante de sua carreira.
— Quando cheguei no Corinthians, cheguei com o objetivo de ser campeão. Mas, com o passar do tempo, acabei deixando de lado, me acomodei. Achei que era o “cara”. Achava que, por estar no Corinthians, tinha lugar garantido em outro clube grande. Pura mentira. Estando no Timão ou no Criciúma, tem que jogar. Senão, não vai ter coisa melhor.
— E é muito importante este recomeço no Criciúma. Eu penso em fazer um bom campeonato. Gosto muito da cidade e do time. Sempre briga para subir. Quero ter sucesso aqui e, quem sabe, voltar para um grande clube, que é o meu grande objetivo — finalizou.