O tenista Gustavo Kuerten embarcou nesta sexta, dia 31, para a cidade de Helsinborg, na Suécia, disposto a incomodar o time da casa na estréia no Grupo Mundial da Copa Davis, entre os dias 7 e 9 de fevereiro.

– Hoje temos condições de encarar os suecos de igual para igual, mas existe uma tradição por parte deles. Lembro quando estava crescendo e o Bjorn Borg (hexacampeão de Roland Garros e penta em Wimbledon) e o Mats Wilander (técnico do time da Suécia, tricampeão no Aberto da Austrália e em Roland Garros) eram os melhores do mundo. Teremos que superar essa tradição, colocar toda a nossa disposição em quadra e entrar sem nada a perder para incomodar os caras – disse Guga depois de seu último treino antes da competição, nesta sexta, em Florianópolis.

Depois que Fernando Meligeni, de 32 anos, desistiu de disputar a primeira rodada da Davis, o catarinense, de 26, tornou-se o jogador mais experiente da equipe brasileira. Os companheiros Flávio Saretta e Ricardo Mello têm 22 anos, enquanto André Sá possui 25.

– Este já é o meu oitavo, nono ano de Copa Davis. Eu vivo agora um momento diferente na minha carreira do que quando eu comecei em 97, 98, quando tudo era novo e não estava consolidado. Hoje já sei avaliar melhor as coisas e, aos poucos, vou assumindo o papel de vovô, de conselheiro. Velhinho do jeito que estou tenho que treinar mais, porque os caras estão com mais fôlego. Mas tenho mais horas de quadra – brinca Guga.

Em 2003, o Brasil enfrentará pela primeira vez a Suécia em um confronto válido pela Copa Davis. O time adversário, formado por Magnus Larsson, Thomas Enqvist, Jonas Bjorkman e Andreas Vinciguerra, escolheu receber o Brasil na quadra de carpete coberta.  

Para se adaptar melhor a esse tipo de quadra, no qual os brasileiros não costumam obter bons resultados, Guga e o técnico Larri Passos treinaram durante toda a semana em um piso de grama sintética coberta.

– A grama sintética é fantástica para treinar porque a bola desliza e você tem que estar adaptado. Foi aqui (na academia P&K) que o Guga se preparou para Lyon, França, quando foi vice-campeão; para Wimbledon, na Inglaterra, quando chegou nas quartas; e para Lisboa, na Masters Cup em Portugal, quando venceu – contou Larri, que chegou a pensar que poderia dar uma descansada enquanto Guga estivesse em Helsinborg, sob comando do capitão do time brasileiro, Ricardo Acioly.

– Gostaria de tirar uma semana de férias, mas o cavalo (como o Larri carinhosamente se refere a Guga) pediu para que eu fosse e vou estar lá, dando uma força – completou o técnico, que deve chegar na Suécia na próxima quarta.

Confira abaixo aúdios da entrevista que Guga concedeu antes do embarque para a Suécia.