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 | 16/07/2008 06h24min

Ruy Carlos Ostermann: Ninguém é

Todos nós precisamos nos submeter alegremente a um fato: ninguém é tão melhor do que ninguém. O Flamengo do reconhecido Caio Júnior, cujo talento Mário Braga e Kléber Leite souberam preservar enfrentando e batendo uma proposta do Catar, é um bom time, o único que tem dois laterais competentes, lidera o campeonato cinco pontos à frente do Cruzeiro e do Grêmio, tem um rendimento de 78,8% (que não tem como sustentar), mas será ele o primeiro time brasileiro até dezembro?

Dificilmente o campeão, por exemplo, fará 65% dos pontos disponíveis e ninguém se atreve a antecipar quem possa ser esse grande time. Não é nivelamento por baixo, como costumam destratar os saudosistas, é apenas um nivelamento que atinge mais de 10 times nesse momento. Entre eles, orgulhosamente, Grêmio, que é vice-líder, e Inter, que já está no bolo.

Toda a questão que de fato interessa é a expectativa de que possam ir levando assim para ter um trampolim para o salto do fim do Brasileirão, não antes de novembro.

Os jogos de hoje, Sport x Grêmio, na Ilha do Retiro, e Inter x Atlético-MG, amanhã no Beira-Rio, são apenas dois jogos da 12ª rodada, faltam ainda sete rodadas para fechar o primeiro turno. Passa um transatlântico sem roçar as beiradas.

Melhorar

O Sport tem um retrospecto orgulhoso na Ilha do Retiro: perdeu uma vez, empatou outra, ganhou três vezes. Celso Roth e seus jogadores sabem disso, aliás só não sabe quem está exigindo uma vitória do Grêmio. Será uma façanha não pelas limitações do time, mas pelo grau natural de dificuldade. O Grêmio teve a proeminência de Marcel na vitória do Olímpico, um centroavante que faça gols conta em dobro e sempre é capaz de aliviar o time de outras dificuldades. O êxito específico de Marcel talvez possa ajudá-lo a ter maior firmeza nas suas decisões e a sentir-se mais à vontade para tentar mais coisas, outros gols, nova felicidade. Celso Roth terá de reanimar seu meio-campo, Carlinhos Bala comanda uma verdadeira agitação no setor e aparece em todos os lugares para se transformar a cada instante num atacante de surpresa e decisão. Willian Magrão de volta ajuda muito, Tcheco poderá ficar mais perto do centro do time, a caminho do ataque, a meio passo do chute ou do passe. Vai melhorar, e é preciso.

Desculpas

O Atlético-MG não apenas perdeu de virada para o Cruzeiro, o que é uma dor mineira, forte e constante, que deve estar chegando ao Beira-Rio como seus reflexos e, de algum modo, vai entrar em campo. Perdeu também mais um jogador da elite do time, Danilinho, vendido para o México e que já nem viajou para Porto Alegre. Os clubes estão sofrendo assédios e propostas, e vão vender os seus jogadores mais destacados. O Inter ainda mantém Guiñazu, mas por pouco tempo. Amanhã, ele volta ao time depois da suspensão. A tentativa com DAlessandro, do San Lorenzo, deve ser uma antecipação para a possível saída de Alex; são jogadores de mesmo feitio, DAlessandro não serviria para o lugar de Guiñazu. Mas o jogo de amanhã passa ao largo dessas conjeturas, ninguém tem desculpas.

Horários

Os jogos estão mais cedo, o do Grêmio será às 19h30min, o do Inter, às 20h30min. Deveria ser sempre assim, dormiríamos mais e nós, de jornal, rádio e TV, trabalharíamos mais civilizadamente. Não é pedir muito, mas é impossível de atender.

ZERO HORA
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