| 13/07/2008 03h17min
Lucas estranhará quando entrar na Arena da Baixada no colo de Marcão, neste domingo, às 16h. Aos três anos, ele sempre viu o pai atuar pelo Atlético-PR em Curitiba. Será a primeira vez que o zagueiro enfrentará o ex-clube desde que veio para o Inter, em 2007. Assim como Lucas, Marcão conhecerá o outro lado.
Quando foi apresentado pelo Inter no dia 2 de junho do ano passado, Marcão deixava para trás quatro anos de alegria em Curitiba. Era o capitão do Atlético-PR, ídolo e símbolo de raça para a torcida. Fez pai, mãe e quatro dos cinco irmãos trocarem o Coritiba, time de coração desde a infância, pela equipe da Arena. Só não precisou convencer Solange, a irmã mais velha, a fazer o mesmo.
- Ela sempre foi atleticana - conta o zagueiro, nascido e criado em Curitiba.
Mal imaginava Marcão que nos primeiros meses na Capital passaria por um drama. Ele caiu no exame antidoping na derrota por 2 a 0 para o Juventude, em Caxias, dia 21 de julho. A utilização
da substância finasterida, para
combater queda de cabelo, rendeu suspensão de 120 dias - ele cumpriu 60 após entrar com recurso no STJD. O curioso: o resultado do exame saiu dia 17 de agosto, uma rodada antes do confronto contra o Atlético-PR pelo Brasileirão - no Beira-Rio.
Marcão deixou amizades na Arena. Os dirigentes do Atlético-PR mostraram o carinho pelo zagueiro quando se mobilizaram para recuperar antigos exames antidopings solicitados pelo Inter para anexar ao processo. Nas visitas a Curitiba, recebia apoio de ex-companheiros e torcedores. Por isso, Marcão espera recepção calorosa neste domingo.
- Não acredito que a torcida me vaie. Me identificava demais com ela - afirma.
O filho Lucas ainda tem duas camisetas do Atlético-PR guardadas no armário. Mas desde que o pai se transferiu para Porto Alegre, ampliou as preferências. É dono de duas camisetas do Inter e está aprendendo os cânticos da torcida Popular. Quando vem a Porto Alegre visitar o pai, Lucas veste o uniforme e
vai pela mão à vizinha Praça da
Encol jogar futebol com a gurizada. Neste domingo, ele vestirá o vermelho e branco para entrar no gramado da Arena.
Marcão era o capitão do Atlético-PR, ídolo e símbolo de raça para a torcida
Foto:
Valdir Friolin
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Agência RBS