| 03/07/2008 01h
Depois de 120 minutos de bola rolando e uma decisão nos pênaltis, a LDU, do Equador, conquistou pela primeira vez o título da Copa Libertadores da América. Jogando em um Maracanã lotado, o Fluminense venceu por 3 a 1 no tempo regulamentar. Na prorrogação, ninguém marcou e o campeão só saiu depois dos tiros-livres. Nas penalidades máximas deu o time equatoriano por 3 a 1.
No primeiro jogo, realizado em Quito, a LDU havia vencido por 4 a 2. Nas finais da Libertadores, o regulamento não prevê o gol qualificado.
Esta é a segunda derrota consecutiva de um time brasileiro nas finais da Libertadores. No ano passado, o Grêmio foi derrotado pelo Boca Juniors na decisão. Com a conquista, a LDU se torna o primeiro time equatoriano a vencer o maior torneio interclubes das Américas.
A equipe equatoriana é a quarta a garantir uma vaga no Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro, no Japão. Já estão garantidos também o Manchester United-ING (campeão
europeu), o Pachuca-MEX (campeão da CONCACAF)
e o Waitakere United (campeão da Oceania). Os representantes da África, da Ásia e o Campeão Japonês só serão definidos em novembro.
LDU larga na frente
Precisando de uma vitória por, no mínimo, dois gols de diferença para levar a decisão para a prorrogação, Renato Gaúcho preferiu manter a escalação dos últimos jogos, com Dodô no banco de reservas no início. Para fazer com que a equipe brasileira se tornasse mais ofensiva, o treinador adiantou o meia Cícero para jogar ao lado de Washington no ataque.
Mas a LDU, na primeira investida, quase colocou tudo a perder para os brasileiros. Guerrón, que causou pânico aos defensores do Fluminense na partida em Quito, recebeu uma bola pela direita aos cinco minutos. O equatoriano driblou duas vezes o volante Ygor e cruzou para Bolaños abrir o placar logo no início.
Com a vantagem, a LDU bloqueou a entrada da área e dificultou a penetração dos jogadores do Fluminense. No contra-ataque, os equatorianos, por muito pouco, não conseguiram ampliar aos 11 minutos, através de Manso.
Thiago Neves começa a brilhar
Para chegar ao gol de Cevallos, o Fluminense foi obrigado a arriscar tiros de fora da área. Um minuto depois de escapar do segundo gol da LDU, a estrela de Thiago Neves começou brilhar. O meia chutou de longe e guardou no cantinho da meta equatoriana para empatar a partida e colocar novamente os cariocas no jogo.
Com o apoio de um Maracanã lotado, o Fluminense partiu para cima da LDU. Mas os visitantes, muito bem postados na defensiva, davam poucas chances aos brasileiros.
O Fluminense soube aproveitar uma das poucas falhas da defesa da LDU no primeiro tempo para passar à frente no marcador. Aos 28 minutos, Júnior César cobrou rapidamente uma lateral até Cícero. O cruzamento saiu certeiro para Thiago Neves, que fechava em velocidade dentro da grande área. De primeira, o meia marcou o segundo, dando cada vez mais esperanças aos brasileiros.
O Tricolor carioca já poderia ter ido para o intervalo com a vantagem que precisava para levar o jogo ao tempo extra. Mas o árbitro argentino Héctor Baldassi não marcou um pênalti em cima de Washington aos 31 minutos.
Flu volta melhor depois do intervalo
Em busca do resultado, o Fluminense voltou para o segundo tempo com Dodô no lugar do volante Ygor. O atacante jogou bem apenas os primeiros minutos em que esteve em campo e alterou o panorama da partida neste período. Aos quatro, ele driblou Araújo dentro da área e chutou por cima. Aos sete, a finalização parou na trave de Cevallos.
A empolgação tomou conta do Maracanã e Thiago Neves apareceu mais uma vez de forma salvadora. Aos 11 minutos, o camisa 10 foi derrubado na entrada da área equatoriana. Ele mesmo cobrou e marcou seu terceiro na partida. Um golaço. 3 a 1 para o Fluminense.
Faltando apenas um gol para conseguir o tão sonhado título, o nervosismo bateu e o ritmo da equipe carioca caiu. A LDU se aproveitou do desequilíbrio do time brasileiro e quase chegou ao segundo gol com Bieler. O centroavante argentino chutou na trave de Fernando Henrique aos 24 minutos.
Passado o susto, o Fluminense retomou o domínio da partida. A orientação de tentar os chutes de fora da área era seguida a risca pelos jogadores da equipe carioca, já que o goleiro Cevallos não se mostrava muito firme. Aos 33 minutos, Conca arriscou de fora da área, o arqueiro equatoriano bateu roupa e Dodô quase definiu de voleio.
Faltando 10 minutos para se esgotar o tempo normal da partida, a LDU mostrou melhor preparo físico e passou a chegar com mais perigo. Mesmo com maior fôlego, os equatorianos não chegaram a assustar mais a meta brasileira até o final dos 90 minutos.
Prorrogação
No tempo extra, as duas equipes já estavam muito cansadas. O Fluminense tentava se impor, mas raramente chegava com algum perigo até o gol de Cevallos.
Para o segundo tempo da prorrogação, o lateral-direito Gabriel não suportou o ritmo da partida e deu lugar ao volante Maurício. Já Arouca saiu para que o experiente Roger entrasse na equipe do Fluminense. Pelo lado da LDU, Bolaños, um dos principais jogadores do time, saiu para entrada do meia ofensivo Salas.
A LDU chegou a fazer o gol que lhe daria o título na segunda parte da prorrogação, com Bieler. Mas o bandeira marcou um impedimento que não existiu e livrou o Fluminense da tragédia, antes mesmo das cobranças de pênalti.
Penalidades máximas
Na decisão nos pênaltis, apenas Cícero converteu para os brasileiros. Urrutia, Salas e Guerrón fizeram para a LDU. Dois dos principais jogadores do time carioca na decisão, Conca e Thiago Neves, desperdiçaram as cobranças. O goleiro Cevallos defendeu a cobrança do centroavante Washington e assegurou a conquista aos equatorianos.