Duas seleções que prometem boas campanhas na Eurocopa, Espanha e Rússia abrem o grupo D da competição nesta terça-feira, às 13h de Brasília, no estádio Tivoli Neu, em Innsbruck, na Áustria. Os espanhóis são apontados como um dos times favoritos ao título, mas a decisão do técnico Luis Aragonés de preferir juventude à experiência pode pesar em momentos cruciais, como costuma acontecer com a seleção da Espanha nos torneios internacionais.

No entanto, bons jogadores não faltam na equipe. A defesa é comandada pelo goleiro Iker Casillas, há tempos considerado um dos melhores da Europa, e conta ainda com os raçudos Sergio Ramos e Carles Puyol. No meio-campo, o brasileiro naturalizado Marcos Senna é o volante, e a criação fica a cargo de jogadores como Xavi, Iniesta, Cesc Fabregas e David Silva. Na frente, além dos prováveis titulares David Villa e Fernando Torres, há Daniel Güiza, artilheiro do Campeonato Espanhol da última temporada pelo Mallorca.

O auxiliar de Luis Aragonés, Armando Ufarte, disse ter plena confiança na equipe, mas espera "um jogo muito complicado e com poucos gols". Ele tem ligação especial com o Brasil e o futebol brasileiro, já que passou a infância no país e começou a carreira de jogador profissional no Flamengo, no final da década de 50, conquistando o título do Campeonato Carioca de 1963 pelo clube da Gávea. Ufarte, que quando jogava no Brasil era conhecido como "Espanhol", teve ainda uma curta passagem pelo Corinthians, antes de voltar à Espanha e para defender o Atlético de Madrid e a seleção espanhola na Copa do Mundo de 1966.

A Rússia também é aguardada com grande expectativa, já que tem uma equipe treinada pelo experiente holandês Guus Hiddink e baseada no Zenit e no CSKA Moscou, dois clubes que recentemente conquistaram a Copa da Uefa. No entanto, os russos lamentam os desfalques de dois jogadores do Zenit no ataque: o habilidoso Andrei Arshavin, suspenso por dois jogos, e o goleador Pavel Pogrebnyak, que teve séria lesão no menisco do joelho esquerdo e foi cortado do torneio. Pogrebnyak foi campeão e artilheiro da Copa da Uefa com o Zenit na última temporada, e deverá ser substituído por Roman Pavlyuchenko, do Spartak de Moscou, um jogador definido pelo auxiliar-técnico russo, Igor Korneyev, como "alto, rápido e que chuta bem com as duas pernas".

O técnico Guus Hiddink, que levou as seleções de Holanda e Coréia do Sul às semifinais das Copas do Mundo de 1998 e 2002, respectivamente, elogiou a preparação de sua equipe, mas jogou o favoritismo da partida para os espanhóis.

— Fizemos uma boa preparação e observei uma atitude muito boa por parte dos meus jogadores. Estamos preparados para o apito inicial e chegamos dispostos a quebrar a tendência observada até agora na Eurocopa, já que todos os favoritos ganharam — disse, em coletiva nesta segunda-feira.

Há quatro anos, Espanha e Rússia se enfrentaram na Eurocopa, em Portugal, e os espanhóis venceram por 1 a 0. Porém, naquele torneio, as duas seleções caíram na primeira fase.

ESPANHA
Casillas; Sergio Ramos, Puyol, Marchena e Capdevila; Marcos Senna, Iniesta, Xavi e Silva; Villa e Fernando Torres. Técnico: Luis Aragonés.

RÚSSIA
Akinfeev; Anyukov, Shirokov, Kolodin, Zhirkov; Bistrov, Zirianov, Semak, Semshov, Bilyaletdinov; Pavlyuchenko. Técnico: Guus Hiddink.

Arbitragem: Konrad Plautz (AUT), auxiliado por seus compatriotas Egon Bereuter e Markus Mayr.
Local: Estádio Tivoli Neu, em Innsbruck, na Áustria