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 | 19/05/2008 05h44min

Ruy Carlos Ostermann: Os gols e as dores

Infelizmente o troféu do Grêmio ficou em duas bolas no poste, cinco situações de gols mas incompletas. Ficou também na consagração do jovem goleiro Bruno, autor de 19 defesas, três delas quase impossíveis - uma no primeiro tempo no giro de Perea, e duas no canto direito, bola baixa, terminal, que ele soube defender para escanteio. O Flamengo não foi apenas isso, o Grêmio é que não conseguiu ir além dessas situações que o privilegiaram no jogo de empate em zero.

Trata-se de um indesmentível elogio, notadamente no segundo tempo, que foi quase sem saída para o Flamengo, que sempre se valeu do seu esmerado toque de bola e de sua postura defensiva para armar contra-ataques de alta velocidade, mas sem conclusões. Aí reaparece outro mérito do time de Celso Roth: o valor de seu trabalho defensivo com três zagueiros corretos e eficientes, Réver, Pereira e Leo. E mais o apoio de marcação e bloqueio dos dois laterais, Paulo Sérgio e especialmente Helder, assim como já fora no Morumbi, e dois médios, Eduardo Costa e Rafael Carioca.

Roger, substituído quando faltavam 15 minutos de jogo, alegou que não cansara, mas o fato é que diminuíra de movimentação e assistências. O time do Grêmio fez o que pôde, quase tudo o que sabe, continuou atacando com Jonas e Rodrigo Mendes, e terminou tentando se articular ainda no ataque com Makelele. Faltou-lhe sempre um centroavante de definição. Perea foi quem mais fez, menos o gol.

O jogo, pela qualidade de resposta do Flamengo enquanto conseguiu montar a sua movimentação, e foi a do primeiro tempo, foi muito bom. A torcida, se não ficou plenamente satisfeita (só a vitória tem essa grandeza), ficou ao menos com a suspeita de que o time de Roth está rearmado e sustentou com o Flamengo um jogo de passes, acertos, e só não ganhou porque, afinal, certas tardes têm uma tendência que às vezes prevalece. O poste, a defesa, o adversário se impõem nessas ocasiões e o jogo acaba servindo como amostragem do que será capaz o Grêmio.

Faltam jogadores, que podem ser Reinaldo, que se restabelece de lesão, ou Marcel, que estava definindo sua volta ontem. Não há muito o que fazer, só insistir na reconstrução do time. No Olímpico, sábado, contra o Náutico, que acaba de ganhar do Fluminense no Rio, torcedor e time voltam ao mesmo lugar.

Identidade
Guiñazu é sempre o mesmo, as variações nele sempre são para mais. Foi expulso aos 18 do segundo tempo pela reiteração da mesma falta de cartão: o carrinho. Edinho, de certa forma, foi vítima pela mesma regularidade de atuação. Seria, talvez, o jogador decisivo do meio-campo contra o Palmeiras, mas deu uma sola, entrando pelo lado, e foi expulso no início. O Inter, assim, perdeu sua identidade tática e, além disso, Sorondo torceu o joelho e teve de sair antes do intervalo. Foram problemas demais num jogo só. Desse começo fica a vitória sobre o Vasco.

Pato na TV
Esta noite, no Bem, Amigos, o Galvão Bueno apresenta uma entrevista com Alexandre Pato, em Milão.

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