| 10/05/2008 02h33min
Tem o peso de uma decisão a estréia do Grêmio no Brasileiro. Sob rejeição da torcida, o técnico Celso Roth poderá não resistir em caso de derrota para o São Paulo, às 18h10min, no Morumbi.
O tamanho da crise levou o presidente Paulo Odone ao vestiário, ontem pela manhã. Em tom grave, diante de todos os integrantes do departamento de futebol, ele pediu aos jogadores uma atitude forte dentro de campo. Citou o exemplo do Palmeiras, eliminado na Copa do Brasil, e de Cruzeiro e Flamengo, que ficaram no meio da caminho na Libertadores, para mostrar que não
há times imbatíveis no futebol brasileiro.
— Se o
time tiver postura, passa por cima da crise — acredita Odone.
Os sinais de mobilização prosseguiram fora do vestiário. A caminho do gramado, Reinaldo foi parado por Odone. Com gestos largos, o dirigente parecia pedir que o atacante apressasse a recuperação da lesão sofrida no joelho direito. Depois, ele cumprimentou e trocou algumas palavras com Roth, diante do vice de futebol, André Krieger, do diretor executivo, Rodrigo Caetano, e do assessor do futebol, Luiz Onofre Meira.
Questionado sobre a desconfiança dos torcedores, Odone disse acreditar que ela irá desaparecer com a volta das vitórias.
— Quando se está em crise, a torcida repete o que a mídia diz: o técnico é
burro, o time é vagabundo, a direção não contratou. Mas, se o time
tiver dignidade, a torcida abraça tudo, o técnico burro e o dirigente incompetente. Sempre foi assim — lembra Odone, que viajará a São Paulo para acompanhar o jogo.
Roth reiterou o discurso do início da semana, quando garantiu não sentir a rejeição nas ruas. Ele diz ter sentido uma "reação anímica muito melhor dos jogadores ao longo da semana". Trata-se, segundo o técnico, da mobilização natural de quem começa a disputar um campeonato comercializado para o mundo todo, "da Ásia à Europa".
Sobre a ameaça de demissão, foi seco:
— Por vezes, fico chateado com a redundância dos repórteres em fazer as mesmas perguntas.
Sem Willian
Magrão, lesionado, Roth se vê forçado a mudar o esquema. Adota o 3-5-2 e escala
Pereira como líbero. O técnico admite uma perda na saída de bola ao trocar um volante por um zagueiro. A compensação, segundo ele, vem com uma eficiência maior nos lances aéreos, uma das alternativas preferidas por Muricy Ramalho. A utilização de Adriano na partida não está descartada, já que Aloísio segue em recuperação de lesão.
Participe: em caso de derrota hoje, o técnico do Grêmio deverá ser demitido?