Alexandre Ernst e Jéfferson Curtinovi  |  alexandre.ernst@zerohora.com.br; jefferson.curtinovi@zerohora.com.br

O ex-atacante colorado Fabiano, o Uh! Fabiano, do histórico Gre-Nal dos 5 a 2 em pleno Olímpico. É ele o artilheiro nos últimos 10 anos de confrontos entre Inter e Juventude, período em que o clube da Serra alcançou maior destaque no cenário nacional. Foram seis gols, quatro em estaduais, um em Copa Sul e um em amistoso, todos entre 1999 e 2000.

— Eu tive bons jogos contra Juventude e, pelas minhas contas, ganhei mais do que perdi — arrisca, em meio a uma risada descontraída.

No dia 6 de maio de 2000, marcou duas vezes, em jogo eletrizante válido pelo primeiro turno do Gauchão. Abriu o placar, viu o time da Serra virar e depois empatou.

— A vitória parecia concretizada para eles. Daí teve um escanteio, o Leonardo Manzi cabeceou, e eu desviei, também de cabeça — lembra.

Aos 33 anos, pai de uma filha de 14, Fabiano rodou bastante desde que deixou o Beira-Rio, no início de 2003. Esteve na Arábia Saudita, no Paraguai, no Equador, no Catar e na Colômbia. Este ano, disputou o Estadual pelo São José. O time da zona norte de Porto Alegre caiu nas quartas-de-final diante do Caxias. Fabiano espera por um novo clube.

Fabiano na história de Inter x Juventude*

> 24 de março de 1999 - Inter 1x1 Juventude
O gol de Fabiano, aos 25 minutos do primeiro tempo, abriu o placar pela Copa Sul. Mas o Inter perdeu o ritmo, foi dominado e permitiu o empate. Maurílio marcou aos 10 do segundo tempo. O resultado obrigava o Inter a vencer o Grêmio por três gols para chegar a final. O Gre-Nal acabou 2 a 0 para o time do Beira-Rio.
Fabiano: lançou Denílson, que arriscou o chute. A bola desviou na zaga e foi parar nos pés de Elivélton, pelo lado esquerdo, livre, que devolveu para o meio da área, na direção de Christian. O atacante errou o chute e o rebote ficou para Fabiano, que empurrou para dentro do gol. 

> 4 de junho de 1999 - Juventude 1x3 Inter
A vitória no Alfredo Jaconi, pelo Gauchão, foi o troco, o resgate da honra. Dias antes, o Inter tinha sido eliminado na Copa do Brasil pelo próprio Juventude, com um histórico 4 a 0 no Beira-Rio. Embora o Inter tenha saído atrás, Fabiano, imune a toda perturbação, se encarregou de empatar. Capone, contra, e Christian fecharam o placar.
Fabiano: aos 25 minutos do primeiro tempo, driblou Picoli e Vanderlei, tocou para Christian e, no rebote de Émerson, empatou o jogo.

> 25 de março de 2000 - Inter 3x0 Juventude
O jogo não valia nada. Era apenas de preparação para os campeonatos que viriam. Mas havia tensão. Os programas de televisão ainda mostravam cenas de pancadaria que envolveu os dois times dias antes em outro amistoso, vencido pelo Juventude por 4 a 1. Felizmente, a tarde no Beira-Rio foi de sol, futebol e nenhuma confusão. O Inter aplicou 3 a 0 em uma atuação perfeita de Fabiano.
Fabiano: sofreu a falta que provocou o primeiro gol, fez o cruzamento para o segundo e marcou o terceiro.

> 6 de maio de 2000 - Juventude 2x2 Inter
Embora o jogo tenha sido eletrizante, franco, com muitas chances de gol, o resultado em Caxias do Sul foi ruim para ambos, que ficaram fora da disputa pelo primeiro turno do Gauchão daquele ano. Fora de campo, a torcida do Juventude não perdeu a chance e ironizou a dupla Gre-Nal e o Caxias pela então recente eliminação na Copa do Brasil. Estendeu uma faixa com uma frase muito usada no Olímpico e no Beira-Rio: "Eles estão fora de novo". A faixa desapareceu quando a bola rolou. O Inter amassou o Juventude.
Fabiano: perdeu sem goleiro aos nove. Aos 23, arrancou no contra-ataque, ganhou de Lauro e encobriu Wellerson. Aos 35 do segundo tempo, depois que Juventude já havia virado, o atacante colorado empatou.

> 11 de junho de 2000 - Inter 3x1 Juventude
Em um Gauchão vencido pelo Caxias, com o Grêmio como vice, a partida já não valia muita coisa. Os 1,3 mil torcedores que foram ao Beira-Rio viram uma injustiça aos 41 minutos, quando o Inter era melhor. Maurílio cruzou para Adriano, que girou o corpo e chutou forte, no canto direito. Para piorar, Lúcio foi expulso por reclamação logo em seguida. No segundo tempo, o técnico Zé Mario mexeu na equipe. Fabiano passou a puxar os ataques e a cruzar com precisão, tanto da esquerda quanto da direita.
Fabiano: num desses centrou da esquerda para Rodrigão empatar a partida, aos seis minutos. Aos nove, a jogada se repetiu, só que da direita: Fabiano para Rodrigão e gol. Aos 37, o próprio Fabiano cortou Carlão e fez o 3 a 1. Na comemoração, correu para abraçar o técnico Zé Mário. 

* Confira ao lado as crônicas publicadas em Zero Hora