| 23/04/2008 03h33min
Guiñazu vai ao vestiário do Beira-Rio, ouvirá a palestra do técnico Abel Braga e participará da última corrente antes de o Inter decidir com o Paraná uma vaga nas quartas-de-final da Copa do Brasil, às 21h50min. Afastado devido à cirurgia no joelho direito, o volante mandou um recado aos companheiros e garantiu:
— Todos vão dar a vida.
Carregando o inseparável chimarrão dentro de uma mateira ornamentada com o símbolo do Inter, ele deixou ontem o vestiário e foi cercado por fãs. Tinha feito fisioterapia em dois turnos, um dia depois da intervenção para corrigir um problema no menisco.
Mancando e comendo o lanche preparado pelas nutricionistas do clube, o jogador foi atencioso com todos, da imprensa aos caçadores de autógrafos. Nem quis
sentar para falar. Ficou em pé apesar do joelho ruim. Explicou o que
seria o "suar sangue", que o técnico Abel Braga falou ao final da vitória sobre o Caxias, no último domingo, referindo-se ao desafio desta quarta-feira.
— Tem que dar o plus, ter raça. É matar ou morrer — discursou.
O argentino é o que melhor simboliza as virtudes às quais o Inter precisa recorrer para fazer, pelo menos, 2 a 0 no Paraná e decidir a vaga nos pênaltis. Quando em campo, o volante parece se multiplicar, aparece para marcar, armar e finalizar.
Segundo Marcão, não pode haver "se" ao final do jogo
Pesquisas mostram que atletas brasileiros correm, em média, de 11 a 12 quilômetros por partida. Guiñazu enquadra-se nos números europeus, de 14 a 15 quilômetros corridos. É assim, espelhando-se nele, que o Inter busca reverter a desvantagem à noite.
— Não pode haver "se". Se eu tivesse chegado naquela bola, se eu tivesse feito isso ou aquilo — acrescenta Marcão, o mais crente na
classificação.
O zagueiro vivenciou experiências parecidas na
Copa do Brasil do ano passado, quando defendia o Atlético-PR. Ainda na segunda fase, o time perdeu de 4 a 1 para o Vitória e, depois, fez 3 a 0 na Arena da Baixada. Nas oitavas-de-final, perderam por 3 a 1 para o Atlético-GO e seguiram na competição ao reverter a vantagem com um 2 a 0 em casa.
Agora, Marcão diz que é preciso entrega total:
— Não adianta se jogar ao ataque. Precisamos de paciência.
Mas essa é uma qualidade que os jogadores querem exclusividade. O Inter deseja que a torcida faça o Paraná perder a tranqüilidade. Por isso, o capitão Fernandão prefere não projetar gols, mas sim casa cheia.
— O cenário ideal é um Beira-Rio lotado, com a nossa torcida fazendo pressão desde o primeiro segundo. Não é nem questão de fazer gol, mas de ter esse estádio a nosso favor — pediu.