| 19/04/2008 12h07min
Se por um lado o técnico José Roberto Guimarães tem uma grande dor de cabeça ao ter que definir a convocação ou não de Fernanda Venturini para a disputa das Olimpíadas de Pequim, ao menos o treinador não está tendo que se preocupar com as condições físicas das atletas selecionáveis. Na próxima segunda-feira, serão chamados 14 ou 15 nomes, que passam a treinar em Saquarema a partir de 5 de maio.
– A condição de todo mundo está controlada. Temos mantido contato com todas as jogadoras do exterior e aqui no Brasil nós temos canal aberto com as atletas – afirmou o preparador físico da seleção, José Elias de Proença.
Apenas duas jogadoras se machucaram recentemente: as atacantes Jaqueline, do Murcia, e Mari, do Pesaro - ela, aliás, deve ser uma das novidades da lista de Zé Roberto, nove meses depois do corte sofrido após os Jogos Pan-americanos.
Atleta do Murcia, da Espanha, Jaqueline machucou a panturrilha na decisão da medalha de bronze da Champions
League, no último dia 6. O caso era um
pouco mais grave do que se pensou inicialmente, mas nada que seja motivo de preocupação para a comissão técnica.
– O que houve com ela foi um caso de síndrome da pedrada na panturillha, com uma pequena reação no menisco do joelho direito, mas trata-se de uma lesão com recuperação prognosticada – destacou. Jaqueline está se tratando e deve voltar a atuar nos próximos dias, a tempo de defender o Murcia na fase final da Superliga espanhola.
Mari, por sua vez, sofreu um estiramento de abdômen na final da Copa Itália, mas já se recuperou e atuou nas duas últimas partidas do Pesaro.
– São coisas administráveis – ressaltou Proença, que explica ainda não saber exatamente qual a situação física de Fernanda Venturini.
– Que ela se cuida fisicamente é uma coisa que sempre fez. Mas a pessoa pode se cuidar pelo lado geral do físico. No caso específico de atleta de alto rendimento, é outra situação. Só vendo mesmo para avaliar – comentou.
José Elias ainda falou sobre o trabalho
feito após Atenas para tornar as jogadoras mais fortes. Inicialmente, houve uma certa resistência por parte das atletas, que temiam ficar com o corpo masculinizado.
– Elas achavam que estavam no limite da força e não estavam. A média foi de um ganho de 50% de força, mas houve atleta com evolução de 90%, 100%. No primeiro ano, elas acharam que não iriam poder mais usar camisetinha, mas depois perceberam que o trabalho não estava gerando hipertrofia – observou.
Até Pequim, o desafio é trabalhar o uso da força adquirida.
– Agora, o Zé vai aprimorar o trabalho, colocar mais situação de salto e fazer com que a força do braço se alie à velocidade para gerar potência. Posso deixar as atletas mais fortes, mas se isso não passar para uma aplicação específica, não adianta nada – lembrou o preparador físico.