| 09/04/2008 10h58min
No ano passado, foi aquela agonia. As derrotas aconteciam, o tempo passava e o Joinville caia aos poucos. O rebaixamento de 2007 foi a mais vexatória página da história tricolor. Quando todos acreditavam que nada de tão ruim poderia se repetir, a torcida do JEC sofre da mesma doença nesta temporada.
Serginho, joinvilense de nascimento, jequeano de coração, enfrenta desde o início esta tormenta que faz a Arena tremer há dois anos. Serginho não esconde a tristeza.
— Fico chateado, muito chateado. A torcida sempre me apoiou e eu fiz de tudo para retribuir esse carinho. Infelizmente, as coisas não deram certo dentro de campo. Não vou por falta de vontade minha, isso eu garanto.
Há três anos no clube, o volante teve de vencer muitos desafios. Sempre que uma nova comissão técnica aparecia na Arena, Serginho era afastado do time principal e figurava em listas de dispensas. Não demorava muito, e ele retomava seu lugar no time. Nos últimos
campeonatos, apesar das campanhas ruins, foi o
jogador mais regular do JEC.
Rencentemente, Serginho foi homenageado por ter feito a partida de número cem com a camisa tricolor. O pai, Serjão Braga, é roupeiro do clube há uma década. O filho, o pequeno Kauê, está sempre alegrando o ambiente dos treinos. Mas nem a identificação com o clube e com a torcida deve mantê-lo no Joinville.
— É muito difícil eu ficar. Conversei com meu empresário e devo procurar um outro lugar para seguir a carreira — contou.
— Sempre dei o melhor por esse time e vejo, quando ando pelas ruas, que a torcida reconhece isso e não vou ficar marcado como um perdedor na cidade em que nasci.
No domingo, o Joinville espera colocar de vez um fim nessa agonia. Enfrenta o Metropolitano e uma vitória elimina o fantasma do rebaixamento. Como ultimamente nada é fácil na vida tricolor, o JEC tem de jogar em Itajaí para cumprir a pena imposta pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD).