| 09/04/2008 05h07min
Algumas atitudes e entrevistas evidenciaram na tarde quente de ontem a tensão que cerca o jogo entre Grêmio e Atlético-GO, hoje, às 21h45min, no Olímpico, pela Copa do Brasil.
Pouco antes das 15h, ao descer de seu carro, o volante Eduardo Costa foi abordado por três torcedores, que conversavam com os seguranças no estacionamento. Em silêncio, o capitão do time ouviu deles a recomendação de que não se importasse com eventuais vaias das sociais. Só deveria levar em conta o apoio da torcida que irá ao estádio apoiar.
Recado semelhante recebeu pouco depois o meia Roger.
O presidente Paulo Odone alterou a rotina de despachar à tarde em sua sala. Preocupado, desceu ao gramado e acompanhou à beira do gramado o último treino, realizado com portões fechados. Às 17h, Odone saiu pela porta do vestiário e deixou o Olímpico dirigindo seu próprio carro.
Em exatos 33 minutos de entrevista coletiva, o técnico Celso Roth
também emitiu sinais de nervosismo, na véspera do jogo que pode
definir a sorte do time e a sua no semestre. Impaciente com três perguntas sobre o risco de demissão caso o Grêmio seja eliminado, disse que o assunto já havia se esgotado com a entrevista do presidente. Na véspera, Odone havia se reunido com Roth para garantir que não cederia às pressões para demiti-lo.
Depois, entendeu que o repórter Eduardo Gabardo, da Rádio Gaúcha, havia sugerido interferência da direção no time. Reagiu com rispidez:
— É falta de educação perguntar isso.
Gabardo esclareceu o conteúdo da pergunta. Roth encerrou o assunto.
— Então está desculpado.
Um novo momento de exasperação ocorreu ao ser questionado se achava as críticas exageradas.
— Já que estás insistindo nessa questão, vou te dizer: o treinador sempre é responsabilizado, é quem tem o poder de decisão — disse.
Respostas mais longas foram dadas ao ser indagado sobre os volantes. Ao comentar o melhor posicionamento para Eduardo Costa, Roth admitiu ter esquecido de dizer que ele só é segundo volante quando Nunes atua. Hoje, com a possível volta de Willian Magrão, Eduardo retornará para a frente da área.
— Eduardo Costa sempre foi primeiro volante. Posso falar dele porque o botei no time com 16 ou 17 anos no lugar de Astrada. Era chamado de burro por isso — lembrou.
Quanto a Nunes, Roth disse que as críticas podem, por vezes, "destruir um jogador". Só no final da entrevista a descontração voltou ao ambiente. Ao se erguer de cadeira, na sala de conferências, estranhou o número de flashes disparados pelos fotógrafos. E comentou, com um leve sorriso:
— Eu gostaria de saber se vocês usam todas essas fotografias. Acho que é só "migué".
ZERO HORA