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 | 08/04/2008 11h27min

Pequim vai criar zonas para manifestantes durante os Jogos

Comitê Organizador tenta aliviar o tom das críticas ouvidas durante o revezamento da tocha

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim criará áreas específicas para protestos no Estádio Olímpico durante o evento, informou nesta terça-feira a imprensa da China. A medida seria uma resposta aos atos de protesto pró-Tibete e a favor dos direitos humanos durante o revezamento da tocha olímpica.

– Criaremos zonas especiais durante os Jogos para os manifestantes e atenderemos suas necessidades – disse Li Zhanjun, diretor de imprensa do Comitê Organizador de Pequim 2008.

Li disse que ainda não ficou decidido se os estrangeiros poderão entrar nestas áreas ou se serão criadas outras para eles, mas um membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) a cargo da segurança negou esta medida.

O especialista assinalou que estas zonas ficarão em duas áreas diferentes nas imediações do Centro Aquático Nacional e do Estádio Olímpico. As zonas específicas para manifestações serão vigiadas pelas forças da ordem pública.

Sir Craig Reedie, membro do COI, louvou a iniciativa em Pequim, onde amanhã começa a Assembléia do Comitê Olímpico Internacional, e disse que é um “movimento na direção correta, pois os direitos humanos e a liberdade de expressão são muito importantes”.

O porta-voz da ONG Human Rights China assinalou que essas áreas serão estéreis e provavelmente artificiais, já que “as autoridades têm recursos suficientes para encher as zonas com trabalhadores do Governo da China”.

– Em Atenas (onde foram instaladas estas áreas pela primeira vez) era possível protestar pacificamente fora das áreas para manifestações e não correr o risco de ser detido – afirmou ao jornal o porta-voz da organização, Nicolas Baquelin.

Atualmente, a lei chinesa obriga os que querem se manifestar a pedir permissão à Polícia e a esperar que ela seja concedida, o que raramente acontece.

A China já indicou que os estrangeiros que viajarem a Pequim por causa do evento esportivo deverão se submeter à lei chinesa, e advertiu que as forças da ordem agirão caso alguém se não a cumpra.

EFE
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