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 | 05/04/2008 05h49min

Paulo Roberto Falcão: Cartão para a festa

Meu programa de hoje na Rádio Gaúcha debate as restrições da CBF e da Fifa para as comemorações de gols. Arnaldo César Coelho é um dos entrevistados e dá uma recomendação oportuna aos árbitros para lidar com a nova orientação:

— Usem o bom senso!

Punir alguém por festejar um gol, que é o momento máximo do futebol, vai sempre parecer uma injustiça. Mas reprimir o deboche, a ofensa ao adversário e a tentativa de retardar o andamento de um jogo é obrigação do árbitro. O que ele precisa fazer, portanto, é distinguir a celebração espontânea de gestos e encenações ofensivos.

Mas é um ponto que precisa ser bem enfatizado pelas comissões de arbitragem: a retirada total ou parcial da camisa. Agora, na sua última recomendação, a CBF diz que é punível com cartão amarelo o jogador que encobre a cabeça com a camisa. Isto tem que valer para todos. Se um árbitro finge que não vê, para não se incomodar, complica a vida dos demais, pois os jogadores se sentirão autorizados a fazer o mesmo em outros jogos.

Acho que a alegria não deve ser reprimida. Mas não gosto de algumas atitudes que beiram a burrice. Tirar a camisa, por exemplo, prejudica o próprio clube não apenas no jogo, mas também na sua relação com o patrocinador. Que anunciante vai gostar de ver sua marca escondida exatamente no momento de maior visibilidade da camisa em que anuncia?

Choro
Também fazem parte do programa depoimentos de jogadores e ex-jogadores que celebraram gols de forma pouco convencional. Valdívia, o chileno do Palmeiras, fingiu que estava chorando depois de marcar contra o Corinthians, numa imitação do que já fizera o flamenguista Souza para ironizar o Botafogo. É o tipo de gesto que o árbitro pode interpretar como deboche ao adversário.

Política
Ouvi ainda o ex-artilheiro Reinaldo, que atuou pelo Atlético Mineiro nas décadas de 70 e 80, e tinha como marca registrada o braço erguido com o punho fechado. Reinaldo explica que era uma manifestação política contra o regime militar da época.

Acidente
André Catimba, que atuou pelo Grêmio, dava saltos mortais, como fazem ainda hoje alguns atletas de maior flexibilidade. Ele lembra o célebre vôo que deu depois de marcar o gol de um Gre-Nal decisivo. No meio do salto, arrependeu-se e acabou caindo de mau jeito. Precisou ser substituído.

Adutor
Pelo que foi noticiado, a lesão de Ronaldinho é das mais sérias. Ruptura no músculo adutor exige um longo tratamento de recuperação. Decididamente, ele precisa se benzer.

Boa notícia
Não há muito a dizer sobre o jogo Inter x Ulbra, pois tudo indica que a fatura foi liquidada no primeiro encontro. Mas a possível volta de Nilmar no decorrer da partida é uma boa notícia em meio à onda de doenças que atinge o Beira-Rio.

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