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 | 28/03/2008 13h06min

Leucemia reaparece em jogadora da seleção de basquete

Catarinense Michelle Splitter inicou tratamento de nove meses contra a doença

A pivô catarinense Michelle Splitter se preparava para mais um dia de treinamento, segunda-feira, quando sentiu um mal-estar.

— Minha cabeça e as minhas costas doíam muito. Estava fraca — lembrou a jogadora.

Ela até que tentou treinar, mas não conseguiu. Foi direto ao hospital fazer uma bateria de exames.

— No mesmo dia, à noite, peguei o resultado. Estava tudo alterado. A leucemia foi confirmada. Vou ter de enfrentá-la de novo — revelou.

Aos 18 anos, a garota de Blumenau, com passagem pelo basquete de Joinville, estava retomando o sonho de jogar basquete. Há menos de um ano estava curada de uma leucemia, diagnosticada no final de 2004 — por conta da doença, ficou três anos longe das quadras. E no início de março, Michelle chegou até a integrar a Seleção Brasileira adulta, pela primeira vez na carreira, em uma série de amistosos em Cuba.

Com a confirmação do retorno da doença, Michelle deixou Americana (SP), onde defende o clube da cidade, e foi internada terça-feira de manhã no Centro Infantil Boldrini, em Campinas, também no interior de São Paulo. Iniciou o tratamento de quimioterapia. E ficará internada até segunda-feira.

— A sessão de hoje (quinta-feira) é a mais demorada. São 36 horas. Só saio daqui de madrugada — contou a jogadora, em entrevista por telefone.

A previsão dos médicos, segundo Michelle, é que o tratamento dure nove meses.

— Estou proibida de jogar basquete neste período — explicou.

Ela terá de esperar esta primeira semana de tratamento para saber como o seu organismo vai reagir. Na primeira vez que teve a doença, Michelle precisou mais de dois anos para se recuperar totalmente. Foram 11 meses só de quimioterapia. Neste período, deixou de freqüentar as aulas na escola porque sentia as pernas fracas e mal conseguia levantar da cama.

No início deste ano, ela havia retomada os estudos. Estava fazendo supletivo para recuperar os anos perdidos. Agora, Michelle ainda não sabe como o seu corpo vai reagir. E, por isso, não sabe se vai conseguir ir às as aulas.

Com a voz serena, a garota não se deixa abater.

— Não é isso que vai me derrubar. A leucemia é só mais um desafio na minha vida. Vou seguir em frente e superar esse problema — garantiu Michelle, que é irmã caçula do também pivô Thiago Splitter, titular da Seleção Brasileira de basquete e que defende atualmente o Tau Ceramica, da Espanha.

Em sua passagem pela seleção, durante os amistosos em Cuba, a garota de 1,98m e 85 quilos chamou a atenção por sua agilidade com a bola. Ela contou que foi em Havana que começou a sentir os primeiros sinais da doença — sofreu com dores nas costas.

— Achava que era dor muscular, uma coisa de jogo. Mas dava para agüentar. Piorou mesmo quando voltei ao Brasil — explicou Michelle, que espera que sua força de vontade possa inspirar outras pessoas.

— Meu sonho não acabou. Vou voltar a jogar basquete.

A NOTÍCIA
Divulgação / 

Michelle durante o treino da seleção brasileira para os jogos contra Cuba, no começo do mês
Foto:  Divulgação


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