| 24/03/2008 08h24min
Pergunte ao colega do lado, ao amigo do chope, ao porteiro do prédio que sempre ouve na Gaúcha mais sobre futebol do que nós dois somados, se eles sabem algo sobre a seleção da Olimpíada. Você ouvirá um não, depois outras negativas em seqüência. Os olímpicos da CBF são conhecidos (Pato, Lucas, Anderson, Renan, Leo...), mas ainda não formam um grupo sólido, não são um time, não têm um objetivo. É muito "não". Faltam apenas cinco meses para o início das competições. Do 1 ao 11 não há um só nome confirmado.
A seleção não tem cara, capitão ou coração, mas vai precisar de uma máscara. A poluição da superpovoada capital chinesa assusta até mosquito da dengue. A CBF não imite sinais de motivação alguma. Dunga só pensa nas Eliminatórias. Os clubes europeus querem porque querem despistar o Brasil na hora da convocação. O Milan não vai emprestar ao mesmo tempo Kaká e Pato entre julho e agosto, matando as férias do jogadores e talvez engolindo um naco da pré-temporada. Ah, não vai.
Quarta, numa Londres
ainda se despedindo do inverno, mas sem saber o que é primavera, o Brasil encontra a Suécia, na festa dos 50 anos do título de 1958 - ano em que o Brasil perdeu seu complexo de vira-lata segundo Nelson Rodrigues. De uniforme, Dunga vai receber 22 jogadores, 12 com idade olímpica, 23 anos para baixo. Deve escalar um mínimo deles, se o fizer. Ele tem 90 minutos para UM teste. UM só, pelo menos UM.
Adriano pede passagem
Um Inter emergencial, recheado de bancários, porém empenhado, tomou o Estádio Antônio José Farina com certa facilidade. Fez dois gols já no primeiro tempo, Gil e Adriano pulando que nem coelhos de chuteiras. Faltou futebol ao Veranópolis, vontade não, nem um bom goleiro (Marcão). Sobrou intranqüilidade em campo, do árbitro inseguro (Leandro Vuaden) ao nervosismo de alguns jogadores, especialmente do Veranópolis. O personagem do jogo foi Adriano, três gols em menos de dois jogos inteiros, o quarto na temporada, 12 com a camisa colorada
(números do Cléber Grabauska).
Ele é centroavante e soma-se a Nilmar, olha Guto na reserva e Valter como promessa. Com eles à frente, que usam a grande área como habitat natural, Fernandão pode render mais. Fernandão é segundo homem do ataque, nunca terceiro de lugar algum. O centroavante chama-se Adriano, enquanto Nilmar não vem, uma vez que Guto ainda busca espaço.
Com Anderson, sem Lucas
Dos mais chegados ao futebol regional, Anderson usou vermelho, jogou e não foi bem. Errou passes fáceis. Esteve duas vezes na cara do gol e isolou a bola. Lucas foi ausência sentida, entre os 11 e até do banco de reservas, obedecendo ao rodízio imposto pelo técnico Rafa Benitez. Com Anderson, sem Lucas, Manchester United e Liverpool (3 a 0) fizeram um clássico capaz de iluminar a manhã da Páscoa. Não foi uma partida das estrelas, mas do coletivo, embora Rooney tenha elaborado passes para dois gols e Cristiano Ronaldo marcado de cabeça. United e Liverpool, com 10 homens todo o segundo tempo,
jogando sempre em velocidade, a
bola correndo, passes curtos e longos, buscaram incessantemente o gol. Era o futebol na sua essência. Ao contrário dos brasileiros, dá gosto assistir aos árbitros britânicos. Eles se comprometem com o jogo, deixam jogar, aceleram o ritmo da partida, ignoram o cai-cai. Eles estão comprometidos com o espetáculos. Os nossos não querem jogo. Quanto mais a bola corre, mais se nota falta de qualidade de um árbitro de futebol.
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