| 20/03/2008 09h37min
O deputado Miki Breier (PSB-RS) conversou na manhã desta quinta-feira com os internautas do clicRBS e mostrou otimismo com a aplicação da lei seca nos estádios e ginásios gaúchos com capacidade para pelo menos 5 mil torcedores. O projeto foi aprovado pela Assembléia Legislativa e agora depende de sanção da governadora Yeda Crusius.
– A experiência no Mineirão e em São Paulo confirma que os índices de violência diminuem consideravelmente com a restrição da bebida alcoólica. (A lei seca) vai funcionar sim – disse o parlamentar.
Em cerca de meia hora de conversa online, Miki Breier falou sobre os detalhes do projeto e respondeu aos questionamentos dos internautas. Ele destacou que a lei seca não tem por objetivo punir os torcedores.
– Todos queremos viver em liberdade. Porém, a vida em sociedade exige medidas que coibam exageros e agressões aos outros. Nossa medida quer prevenir a violência e levar a paz aos estádios.
Confira a íntegra do chat:
clicRBS: Como vai funcionar a lei seca nos estádios gaúchos?
Miki Breier: Vai funcionar como já funciona em muitos outros países e estados do Brasil. A bebida alcoólica fica proibida no interior dos estádios.
Pergunta do internauta Dk: Gostaria de saber se o senhor realmente acredita que essa lei seca irá vingar, pois com a força de empresas e de quem tem o interesse em vender bebidas, duvido que dure mais de um mês.
Miki Breier: Coibir bebidas alcoólicas em estádios já funciona em São Paulo e pode sim ser fiscalizada e colocada em prática.
clicRBS: Será aplicada alguma medida para impedir a entrada no estádio de torcedores que apresentem sinais de embriaguez?
Miki Breier: O secretário de segurança afirmou que na regulamentação do projeto vai discutir a possibilidade de proibir também no entorno dos estádios, dificultando o ingresso de pessoas embriagadas.
Pergunta do internauta Cassio: Qual o motivo da proibição das vendas?
Miki Breier: O motivo é prevenir a violência, levar mais paz aos espetáculos esportivos e fazer com que as famílias retornem aos estádios.
Pergunta do internauta Leo: Deputado, o senhor tem informações sobre como funciona nos estádios da Europa e EUA?
Miki Breier: Sim. Os torcedores não podem consumir bebidas alcoólicas no interior dos estádios. Estive no Maracanã e lá também já é proibido desde 1996.
Pergunta do internauta Leo: Mas e quem beber em casa e chegar bêbado no estádio, provocando confusão?
Miki Breier: As pessoas que provocam confusão por estarem embriagadas podem ser interpeladas pela autoridade policial em qualquer lugar. Porém, quem estiver embriagado e ficar cerca de duas horas sem consumir alguma bebida, ficará bem melhor do que estava.
clicRBS: O presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, afirmou que a lei seca pode prejudicar os clubes pequenos, que dependem de certa forma da renda dos bares nos estádios. O senhor concorda?
Miki Breier: A copa dos estádios onde já existe a proibição continuam com suas copas funcionando e dando lucro. É preciso lembrar que o clube que afirma que poderá fechar se não comercializar bebida alcoólica talvez esteja mesmo na atividade errada. Esporte pode sim prescindir do álcool.
Pergunta da internauta Fernanda: Acho que nada disso vai adiantar, temos que ter propagandas educativas. Tudo que se proíbe é melhor, vai acontecer de tomarem todas fora do estádio, isto vai adianta?
Miki Breier: A experiência no Mineirão e em São Paulo confirma que os índices de violência diminuem consideravelmente com a restrição da bebida alcoólica. Vai funcionar sim.
clicRBS: O senhor acredita que o projeto será sancionado pela governadora Yeda Crusius? O senhor conversou com ela sobre a medida?
Miki Breier: Creio que não haverá motivo para a governadora não sancionar, até porque o secretário Mallmann, da Segurança, é amplamente favorável à medida.
Pergunta do internauta Leo: Essa mesma lógica aplicada ao esporte não poderia ser aplicada a outros eventos com grande público, como shows, raves, etc?
Miki Breier: Leo, já existe esta proibição em outros lugares. Nosso projeto inicial trata somente dos eventos esportivos. É o primeiro passo para outros debates necessários.
Pergunta da internauta Fernanda Saldanha: O senhor não acha que a revolta de alguns torcedores com a medida é justamente a prova de que as bebidas precisam ser controladas? Não é muita gritaria por ficar menos de duas horas sem beber?
Miki Breier: Fernanda, infelizmente muitas pessoas são dependentes do alcoolismo e ainda não se deram conta. Precisamos separar o esporte do álcool, com certeza.
Pergunta da internauta Monica B.: Assim como muitos achei a iniciativa ótima, pois demonstra a preocupação com questões importantes que é a violência nos estádios e a valorização da vida acima de tudo. Ontem no debate o outro deputado presente afirmou que esta lei pode prejudicar a liberdade de cada indivíduo, o que o Senhor acha sobre isso?
Miki Breier: Monica, todos queremos viver em liberdade. Porém, a vida em sociedade exige medidas que coibam exageros e agressões aos outros. Nossa medida quer prevenir a violência e levar a paz aos estádios.
Pergunta da internauta Helô: Bom dia Deputado! Se o comércio de bebidas fica proibido no interior dos estádios, os comerciantes ambulantes poderão vendê-las fora destes locais. Se o objetivo da lei é minimizar os índices de violência, pois estão atrelados ao consumo de bebidas, como fica esta questão se os torcedores poderão adquiri-las nos portões dos estádios?
Miki Breier: Querida Helô, os ambulantes já não podem comercializar seus produtos nos portões dos estádios. Há que se ter mais fiscalização. O secretário Mallmann quer regulamentar e discutir a proibição também no entorno dos estádios.
Pergunta do internauta sobradinho: Juntamente com essa lei que deverá ser aprovada, seria interessante que proibissem essas propagandas de bebidas alcoólicas, induzindo os jovens que beber cerveja é estar de bem com a mulherada e feliz para sempre. O que você acha disso?
Miki Breier: Sobradinho, o governo federal está estudando medidas para diminuir os efeitos da propaganda na vida das pessoas. É um debate necessário e urgente.
Projeto do deputado Miki Breier depende agora da sanção da governadora Yeda Crusius
Foto:
Paulo Dias, Divulgação