| 29/02/2008 04h10min
Para Abel Braga, Guiñazu só está fora da seleção porque chuta pouco e seus gols são bissextos. Minutos antes de embarcar em Campina Grande, por telefone, o argentino reconheceu:
— E não chuto mesmo.
O que explica o fato de o gol marcado nos 4 a 0 sobre o Nacional, quarta-feira, ter sido o 12º de Guiñazu em 12 anos de carreira. Gols na vida do argentino são tão raros que Abel revelou surpresa ao final da partida.
— É algo (o gol) que não esperamos, ele não é bom finalizador, ainda mais com pé direito — analisou Abel.
Guiñazu comemorou de maneira intensa seu gol em campo: correu sem rumo, aos gritos e puxando a camiseta. Os companheiros valorizaram. Só Iarley, autor do cruzamento para o gol, e Renan não foram abraçá-lo.
Guiñazu, 29 anos, não se abala com a raridade dos gols. Desde que despontou no Newells, em 1996, chama mais atenção pelas qualidades defensivas. Seu último gol havia sido
pelo Libertad. Por isso, o primeiro pelo Inter ganhou lugar especial na
sua pequena galeria.
— É (risos), vai ficar, vai morar lá dentro (da memória) — disse.
Na madrugada de ontem, na volta de Patos para Campina Grande, ele foi alvo de brincadeiras dos companheiros pelo gol. Pelo telefone, recebeu felicitações de familiares e amigos.
Em alta no Inter, e agora com gol, Guiñazu começa a se aproximar da seleção. As atuações repercutem no país — principalmente aquela contra a Inter, de Milão, time de argentinos.
O volante não se empolga.
— Há muitos bons jogadores para a seleção. Seguirei sonhando.
Guiñazu se recusa a ficar de fora contra o Guarany-BA, domingo. Até porque só faz gol quem joga:
— Minha característica é ajudar o time lutando sempre até o final. Seguirei assim. Se fizer gol, será muito melhor.
Guiñazu recebe o carinho dos colegas ao marcar seu primeiro gol com a camisa do Inter
Foto:
Alexandre Lops, Divulgação Inter