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 | 20/02/2008 03h54min

Terapia de grupo de Roth inclui até piadas

Em busca de entrosamento, novo treinador tentar sepultar imagem carrancuda

Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

Nestes primeiros dias no Olímpico, Celso Roth usa da conversa para organizar o time e cativar o grupo. Nesta terça-feira, ele falou antes, durante e depois do treino da manhã. Reuniu o grupo e, com todos sentados ao seu redor no gramado, deu dicas e repassou suas idéias de futebol.

A terapia de grupo havia começado na véspera. No vestiário, deu um recado rápido para todos antes de ir para o campo. Lá, a consulta foi individual. Puxou um a um os jogadores para um canto e perguntou-lhes sobre preferência de posição. Alguns foram questionados se contribuiriam como polivalentes.

O assunto terapia desagrada Roth. Ele se irritou ao ser perguntado se havia se submetido a dois anos de sessões para melhorar o relacionamento com as pessoas. Segunda-feira, repetiu com ênfase a palavra "mentira" ao abordar o tema. Mas, nesta largada no Olímpico, ele faz o papel de terapeuta — e não de paciente. Principalmente com os jovens — maioria no grupo.

Para se entrosar com os jogadores, Roth surpreendeu àqueles que esperavam um técnico carrancudo e contou piadas para "quebrar o gelo". Os jogadores aprovam o estilo light do novo chefe e se dizem surpresos:

— O Celso Roth cobra muito nos treinos. Mas no vestiário é um cara engraçado. Ele contou piadas para nós. Piadas engraçadas até. Acho que é uma forma que encontrou para conquistar o grupo mais rápido — disse Maylson, novo titular do time.

Em campo, porém, o técnico foi exigente. Cobrou, aos gritos, marcação dos atacantes na saída de bola. Usou palavrões a cada erro. Mas recompensou com elogios nos lances acertados.

 

— O Celso (Roth) parece ser durão, mas também é amigo. Ficou claro no treino coletivo, quando passou confiança e elogiou as jogadas bem feitas — disse o lateral Bruno Teles.

O novo técnico mudou a rotina de trabalho. Em dias de treinos em dois turnos, como ontem, os jogadores almoçarão juntos e terão tempo para a sesta no hotel antes do treino da tarde. Só voltarão para casa à noite — isso quando não houver concentração.

— Gostei dessa medida. Treinei pela manhã, almocei bem, dormi e voltei para o treino — aprovou Bruno Teles.

Celso Roth está mesmo disposto a mudar sua imagem. Na reunião improvisada com os jogadores no gramado, pela manhã, fez questão de que seu discurso fosse ouvido por quem assistia ao treino. Ao falar sobre o estilo de marcação que desejava, ensinou:

— Marcar não é dar porrada, é diminuir espaços.

Em 2000, Roth virou notícia ao ter orientações em um treino captadas por uma câmera. Nelas, pedia:

— Tem que chegar mordendo. Sabe aquelas pegadinhas por trás, no tendão? Temos que melhorar isso.

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