| 10/02/2008 03h54min
Não é à toa que os adversários são recepcionados pela faixa bem-vindo ao inferno. No Caldeirão da Baixada, os torcedores do Brasil-Pe se esforçam por transformar a vida dos visitantes em martírio. Não será diferente às 16h deste domingo, quando o Inter desafiará o Bento Freitas. Detalhe: os dois times precisam vencer.
O Brasil, com três pontos, corre risco de rebaixamento se não subir na tabela com urgência. O Inter, sete pontos, caso tropece de novo, como fez no Beira-Rio, diante do Juventude, pode deixar a zona dos quatro que passam à próxima fase. Sem falar na paciência do torcedor, que vê o crédito do charmoso título da Copa Dubai, sobre Stuttgart e Inter,
de Milão, caindo a níveis preocupantes. O
carioca Abel Braga sabe o que o espera no Bento Freitas.
- Lá, o sujeito ou é Brasil ou é Pelotas. Não tem essa de dupla Gre-Nal. A torcida que vai lotar o estádio e gritar o tempo todo. Isso não é nada fácil em lugar algum do mundo, muito menos em Pelotas - afirma Abel, que aposta nas voltas de Guiñazu e Magrão, dois jogadores de garra reconhecida, como antítodo para a guerra xavante.
Tem razão o técnico do Inter. A idéia do Brasil é se recuperar em grande estilo, com uma epopéia. Os xavantes prometem fazer o caldeirão ferver, e querem apresentar aos colorados uma recepção de boas vindas ao inferno rubro-negro. Na sexta-feira à tarde, um grupo de 15 torcedores ligados ao Fórum Xavante e a comunidades de sites de relacionamento reuniram-se nas arquibancadas do Bento Freitas para picar papel e organizar ações de incentivo ao time.
- Vamos fazer uma grande festa, com muitos balões, papel picado e o bandeirão - promete o estudante Filipe Gonçalves, 18
anos.
Na manhã deste domingo,
antes da partida contra o Inter, os torcedores farão um grande churrasco de confraternização, em uma lancheria próxima ao estádio. A idéia é desde cedo criar um clima de mobilização total, única maneira que os xavantes acreditam tornar possível a vitória sobre o campeão da Copa Dubai.
- Temos que fazer como contra o Ypiranga, na Copa Amoretty. Precisávamos ganhar de 3 a 0, lotamos o estádio e conseguimos nos classificar para a final - lembra Filipe.
A torcida do Brasil incorporou a onda anti Gre-Nal que se alastrou pelo Interior
Foto:
Marcel Ávila, Especial