| 05/02/2008 15h23min
O caso de racismo contra o inglês Lewis Hamilton tem gerado protestos na Fórmula-1. O alemão Norbert Haug, diretor da Mercedes, que fabrica os carros da McLaren, espera que as autoridades espanholas resolvam o problema envolvendo o piloto. Hamilton foi alvo de manifestações preconceituosas durante os treinos realizados no Circuito de Montmeló, em Barcelona, no último sábado. As informações são do GloboEsporte.com.
– A Espanha tem que resolver este problema causado por uma minoria o mais rápido possível. Espero que não seja um assunto para a corrida de abril – disse Haug, em referência ao Grande Prêmio da Espanha, marcado para o dia 27 daquele mês.
O dirigente ainda mostrou irritação em relação aos insultos contra Hamilton em Barcelona, atribuídos à ira dos espanhóis com o inglês pelo fato de Fernando Alonso ter perdido o Mundial da última temporada.
– Lewis Hamilton não fez absolutamente nada a Alonso – afirmou Haug, limitando-se a dizer que ele foi um grande adversário do espanhol nas pistas.
Ele recriminou o comportamento do pequeno grupo que insultou o inglês.
– Apesar de achar que não há "hooligans" na Fórmula-1, o problema deve ser solucionado, já que o que aconteceu agora com Hamilton pode acontecer amanhã com outro piloto – disse o diretor.
ONG condena manifestações
O Movimento Contra a Intolerância, da Espanha, pediu que o governo local aplique as leis para coibir casos como os insultos ao piloto. A organização, no entanto, não quer o fechamento do circuito de Montmeló, em Barcelona.
Esteban Ibarra, líder do MCI, afirma que não se deve punir o esporte e todos os seus fãs por conta de um evento protagonizado por um grupo pequeno. Ressaltando que os incidentes não foram espontâneos, Ibarra lamentou que as manifestações racistas tenham deixado de ser exclusividade do futebol e quer que o governo aplique as normas antiracismo aprovadas no último mês de junho.
– Se havia um cartaz, é porque é obra de um grupo organizado. Além da aplicação da lei, queremos uma promotoria especial, que lute contra o racismo e os crimes de intolerância. Os casos estão no código penal, mas não são aplicados por falta de instrumentos – comentou.