| 16/01/2008 14h44min
O Rali Dacar, cuja edição deste ano foi cancelada por falta de segurança, tem grande chance de ser transferido para Argentina e Chile em 2009, mas com o nome da prova sendo mantido.
As condições de segurança locais, a experiência acumulada pela organização do Rali Patagônia-Atacama e a vontade das autoridades chilenas e argentinas aparecem como incentivos para a transferência da competição.
A empresa Amaury Sports Organisation (ASO), organizadora do Rali Dacar, mantém cautela sobre a próxima prova, cujo percurso pode ser revelado oficialmente no início do mês que vem.
David Eli, promotor do Rali Patagônia-Atacama, confirmou ao jornal francês L'Équipe que a Argentina saiu na frente entre as três ou quatro candidatas para sediar a prova. Na terça, ele e autoridades de Turismo argentinas se reuniram com dirigentes da ASO em Paris.
Os organizadores perguntaram a alguns dos pilotos que sempre disputam o Dacar sobre a possibilidade de deixarem seus veículos parados três semanas antes do início do rali – o que deixa entrever que estudam um longo deslocamento.
Esse ponto é, sem dúvida, o principal problema de levar a competição para território sul-americano. Além do tempo, os participantes deveriam encarar uma despesa extra, o que deve ser levado em conta pelos organizadores.
O francês Jean-Louis Schlesser, nome freqüente no Dacar e vencedor das edições de 1999 e 2000, se disse favorável à realização da prova na América do Sul, mas desde que o percurso inclua trechos no deserto, e não as etapas de montanha de um rali clássico.
– O Dacar é um sonho de aventura e uma corrida difícil – advertiu o veterano piloto.
Entre Atacama e Patagônia, os organizadores do Dacar contam com trechos de deserto que poderiam satisfazer os pilotos mais exigentes.
O projeto conta com certa vantagem sobre outras opções, mas a ASO garante que a manutenção da prova em continente africano não está totalmente descartada.
Uma prova passando por Tunísia, Líbia e Egito é uma alternativa forte para 2009, mas isso parece pouco provável em razão dos mesmos riscos de terrorismo que cancelaram a competição deste ano.
O sul do continente africano também aparece como uma possibilidade, mas problemas de segurança e ambientais diminuem qualquer entusiasmo.
Se a prova passar por Rússia e China, por sua vez, teria o inconveniente de um clima muito desfavorável em janeiro – o que vai de encontro à vontade da ASO de manter a época da prova.
EFE