| 10/12/2007 05h33min
Dunga estava suspenso por ofender um árbitro de futebol nos EUA num amistoso recente. Viu o jogo no alto do novo estádio João Havelange, já de grama pobre, enquanto seu assistente, o ex-jogador Jorginho, ocupava o reservado técnico. Os dois assistiram no Rio à mesma partida que nós observamos pela televisão da sala. Os do sofá, pelo menos, notaram que a desanimada seleção olímpica que enfrentou a boa e decidida seleção dos melhores do Brasileirão 2007 não tem futuro. Já nasce sem identidade. Não tem talento para buscar a medalha de ouro nos Jogos de Pequim no ano que vem. Preocupado ou não, Dunga não pode esquecer que Wanderley Luxemburgo perdeu cargo idêntico ao seu na Olimpíada de 2000, em Sydney.
A jovem e inexpressiva seleção de ontem começou a treinar na semana passada. Os jogadores nem sabem de cor os nomes de todos os colegas. São estranhos, convocados para enfrentar adversários mais experientes e mais qualificados num jogo festivo, com 8.945 pagantes, onde aconteceu até um atípico
revezamento
de árbitros.
Sem ritmo de jogo, Pato sumiu junto com a seleção. O craque é quase nada numa equipe sem conjunto, sem idéia de futebol, sem seqüência. Pato, que só treina, vai crescer quando os melhores chegarem da Europa. É impossível esquecer que temos várias seleções jogando fora do país, a dos jovens, dos experientes e dos veteranos. Basta chamá-los e orientá-los. Parece fácil, mas Dunga ainda depende da boa vontade dos clubes estrangeiros, que não têm o mínimo interesse em liberar ninguém.
Favorito italiano
Uma Internazionale de azul, adversária número 1 do vermelho Milan de Alexandre Pato no rico e poluído norte industrial da Itália, aparece como lógica favorita na Dubai Cup. O convidado italiano, 15 títulos nacionais, navega em outro extremo, acima do Ajax, do Inter e do Stuttgart.
A Inter é o grande time do país no momento, líder isolado e invicto da Série A, 33 gols em 15 rodadas, e um dos melhores da
Europa, candidato forte ao cetro da Liga dos Campeões
2007/2008. Seus 25 principais jogadores têm passaporte de seleção - cinco do Brasil, sete da Argentina, por exemplo. Um dos nomes de exceção é Ibrahimovich, o mortal atacante sueco de 26 anos, sem falar em Júlio César, Toldo, Maicon, Materazzi, Samuel, Córdoba, Cambiasso, César, Viera, Zanetti, Figo, Crespo, Suazo, Cruz...
A Internazionale pode fazer dois times fortes e disputar o título com tranqüilidade. Unidos, somando 11, os outros três times talvez não superem o campeão italiano: o Stuttgart volta de férias de inverno, o Inter sai de uma típica pré-temporada e o Ajax atravessa uma fase ruim.
Como é um jogo só, não um campeonato de pontos corridos, tudo pode acontecer. As previsões se perdem na imprevisibilidade dos 90 minutos.