| 28/11/2007 03h27min
Um mexe com os brios da torcida devido à garra em campo. O outro era um desconhecido e se revelou elegante e preciso. O terceiro, mesmo afastado por lesão, é considerado o xerifão do Beira-Rio. O que Orozco, Guiñazu e Sorondo trouxeram ao Inter é mais do que futebol.
Foi o próprio Abel Braga quem fez elogios rasgados aos "gringos" depois da vitória sobre o Palmeiras, no domingo. Desde a aplicação tática, até as atitudes do trio nos bastidores. Para o técnico, os chamados "operários do sofrimento" têm parcela fundamental no crescimento da equipe no Brasileirão.
— A chegada desses gringos, vou te dizer... Eles só falam assim: "está bom, profe". Nunca reclamam de nada. Você junta isso no vestiário a um Fernandão, um Iarley, um Clemer, pô, imagina — garantiu Abel.
Para o capitão, a saída de jogadores como Tinga, Jorge Wagner, Bolívar e Sobis, em 2006, e Fabiano Eller, no início deste ano, alterou o perfil do vestiário. A chegada do trio repôs o
espírito de determinação e trouxe bons
exemplos para os mais jovens.
— Você querer vencer, querer mostrar, querer conquistar títulos, isso é importante. Dá o exemplo para o pessoal da base. Mais do que querer vencer é não aceitar perder — filosofou Fernandão.
Não que os estrangeiros se empenhem mais do que os demais. Porém, pequenas atitudes atestam o traço da personalidade. Abel citou o exemplo: em um treino, Guiñazu deu uma entrada mais forte e um jogador, que ficou no chão reclamando de dores. O volante argentino mandou o companheiro levantar porque precisava conviver com a dor.
— É meu jeito. Acho que tem pancadas e pancadas. Às vezes está na cabeça do jogador só. Tem que passar essas coisas porque somos profissionais — argumentou Guiñazu.
A polivalência é outra característica. O volante Guiñazu foi deslocado para a ala esquerda na partida contra o Vasco e pode atuar em qualquer posição do meio. Na última vez, o zagueiro Orozco atuou como volante. Já havia sido
líbero, e ele não se importa em ser utilizado
pelo lado esquerdo ou direito na sua função de origem, na zaga.
Sorondo fica mais na sua posição, comandando a defesa. Foi uma das razões que levou Abel a definir o 3-5-2 como o esquema para a próxima temporada. Mesmo enaltecidos, eles mantém a humildade.
— Somos pessoas que viemos somar. Os líderes são Fernandão, Iarley, Clemer, eles são campeões do mundo — disse Orozco.
Enquanto Sorondo (E) é considerado xerifão na zaga, Orozco é elogiado pela elegância
Foto:
Mauro Vieira
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Agência RBS