Depois de a FIFA impor restrições à candidatura de Florianópolis para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, a bancada catarinense resolveu se mobilizar para tentar reverter a situação.

Na tarde desta terça, senadores e deputados se reuniram com os ministros do Esporte, Orlando Silva, e do Turismo, Marta Suplicy, para encontrar formas de negociar a inclusão da Capital no roteiro do mundial.

Os parlamentares acertaram o compromisso de reservar emendas no orçamento de 2008 - para as ações de turismo e esporte - enquanto os ministros prometeram atuar em favor da candidatura catarinense.

 Ao coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, deputado João Matos (PMDB), coube fazer o convite simbólico para o inclusão de Florianópolis com uma das sedes da competição.

– Em nome dos 19 parlamentares catarinense, queremos que os ministros sejam madrinha e padrinho do pleito catarinense – apelou o deputado.

Para simbolizar o compromisso, Matos entregou um documento no qual os parlamentares lembram a carga de responsabilidade imposta ao país para organizar o mundial e enfatizam as qualidades da capital catarinense para desempenhar tal tarefa.

Mudanças à vista

A duplicação da Via Expressa Sul, que liga o Aeroporto Internacional Hercílio Luz a Florianópolis, e a revitalização do sistema rodoviário estadual – previstas pelos deputados no Plano Plurianual 2008-2011 –  foram citados como exemplos da "vontade catarinense" em receber a Copa. Foi justamente a infra-estrutura de transportes da Capital que levou a FIFA a restringir a possibilidade de o Estado ser uma das sedes do torneio.

Orlando Silva, no entanto, reconheceu a excelência dos serviços de saúde e de infra-estrutura hoteleira que Santa Catarina dispõe. O ministro tampouco poupou elogios ao projeto do estádio Orlando Scarpelli.

– Conheci os planos de revitalização e ampliação do estádio e admito que o nível de sofisticação da obra cria um ambiente favorável à candidatura catarinense – disse  o ministro.

Já Marta Suplicy tratou de lembrar o "rigor" que deve ser adotado pela comissão na escolha das cidades e adiantou que a pasta de Turismo contratou os serviços da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para analisar a infra-estrutura de cada uma das 18 cidades candidatas.

– Santa Catarina é um ponto turístico privilegiado. É um centro de culturas tradicionais da Copa, como os italianos, portugueses e alemães – afirmou Marta.

O trabalho de diplomacia e lobby político em favor do Estado é prioridade dos parlamentares para o próximo ano. Na semana que vem, devem ser definidas as emendas que cobrirão o pacote da Copa, durante nova reunião da bancada. Em um grupo de 18 pretendentes, o comitê organizador do mundial deverá indicar 12 cidades para receber os jogos.

ROBSON BONIN