| 26/10/2007 06h49min
Faltando seis jogos para o final do Brasileirão, é muito provável que o campeão seja conhecido antes, mas dificilmente o campeonato deixará de ter alguma coisa para ser decidida no último minuto do último jogo. Como bem disse Sandro Goiano ao comentar as perspectivas do Grêmio, cada jogo de agora em diante será de vida ou morte. Para o Grêmio, que está pretendendo uma vaga na Libertadores, e para todos os demais que têm alguma ambição. A rigor, só o São Paulo e o América-RN talvez não tenham tantas angústias. O São Paulo pode até ganhar o título nesta próxima rodada, e o América, já eliminado, não tem mais a fazer do que se planejar para a Série B.
Vida ou morte soa como um certo exagero para quem está disputando vaga no G4, mas faz sentido para clubes com folhas de pagamento elevadas e que precisam participar de competições importantes para receberem retorno de público e de direitos de televisão. Para estes, a Copa Sul-Americana é insuficiente prêmio de consolação. Agora mesmo os
últimos dois
brasileiros (São Paulo e Vasco) foram eliminados da atual edição e ninguém ficou chorando muito por isso.
Fatal mesmo é o rebaixamento. Lá, sim, se pode falar de vida ou morte. Este pesadelo está tirando o sono de pelo menos oito clubes, que vão do Vasco ao Juventude. Junto com o Vasco estão Atlético Mineiro, Náutico e Sport. Logo abaixo deles está o Goiás, já à beira do precipício. No poço, tentando desesperadamente puxar alguém para baixo para poder sair, estão Corinthians, Paraná Clube e o próprio Juventude, este infelizmente já dependendo de uma improvável ressurreição.
Aflitos
Experiente, Sandro Goiano faz questão de alertar que o jogo deste domingo contra o Náutico não tem nada a ver com a Batalha dos Aflitos. Ele lembra que os clubes vivem uma situação diferente, que não se está decidindo nada, mas reconhece que os dois precisam muito dos pontos: o Grêmio para alcançar o grupo da Libertadores, o Náutico para
alcançar a faixa da Sul-Americana. E também para não
cair.
Altitude
É bom ouvir um jogador consciente como Rogério Ceni. Após a derrota do São Paulo para o Millonarios, antes que seus companheiros formulassem alguma desculpa, ele colocou tudo no devido lugar: "Foi um jogo decepcionante. Não tem como culpar altitude nem nada. Eles foram superiores a nós". Realmente. O São Paulo jogou tão mal que sequer teve chance clara de gol contra um time colombiano de pouca qualidade.
Deboche
O argentino Samuel pode ser punido pela Uefa por ter debochado do goleiro adversário, que falhou no gol marcado pelo zagueiro. A Inter ganhou do CSKA, e Samuel festejou com o gesto de embalar um pato - o equivalente na Itália ao chamado frango.