| 24/10/2007 06h49min
O fato de as gurias do Inter enfrentarem o Juventude em dois jogos de decisão imediata, mata-mata, abrevia um pouco a contemplação que talvez se devesse fazer sobre essa súbita retomada do futebol feminino. A velocidade com que se constituiu a Copa do Brasil, ficando o Estado representado por Inter e Juventude (há queixas do Pelotas, surgirão outras), impede a melhor organização inicial do campeonato, que é nacional. Mas fico pensando na Duda, filha do Dudu da Livraria Aurora, velho parceiro de Feira e balcão. Ela é uma defensora competente do futebol feminino, da sua escolinha sairão as jogadoras do Inter. É o melhor ponto de partida, a Duda foi quem comandou o futebol feminino do Inter quando ele esteve dedicado a esse desdobramento do futebol. Agora, as mulheres cresceram no clube, têm espaço, estão organizadas. A reportagem da colega aqui da frente, a Janaína Kalsing, publicada ontem, foi um bom começo da indispensável divulgação. Penso na escolas. Não seria um bom circuito municipal e estadual?
Serena
A entrevista do Flávio Trevisan, relativizando o que pareceu a todos uma crítica de Mano Menezes, fala serena e compreensiva, deve ter ajudado na superação do problema. Sim?
Romário
O jogo mais curioso da temporada é o desta noite no Maracanã, a tentativa do Vasco de reverter o 2 a 0 do América, do México: o jogo em que Romário, preterido por estar fora de forma (não joga há quatro meses e também não treina), pode se escalar no time porque, antes de mais nada, também é desde a queda de Celso Roth o novo técnico interino. Amanhã deve ser anunciado o técnico permanente, isso é, o que vai chegar ao fim do ano e depois ninguém sabe. Não deve haver outra praça capaz de produzir um fato como esse, até porque Romário é um dos últimos jogadores desse gênero. Mas duvido que se trate do assunto como aqui ou em São Paulo: o Rio absorve essas singularidades com sua célebre vocação para o bom
humor, o deboche e a provocação. Romário, no futebol, é
completamente carioca. Não se duvide que seja capaz de fazer uma crítica aos muitos técnicos que já teve exercendo o cargo com aparente autoritarismo. Talvez se escalando, o que Roth não teve coragem à frente dos fisicultores e médicos do clube.
Patrono
Antonio Hohlfeldt é crítico, escritor, professor, já foi o primeiro vereador do PT, vice-governador, mas do que gosta mesmo é dos livros. Por isso foi eleito novo Patrono da Feira do Livro e está à vontade: todas as entrevistas são sobre edições, política do livro, livrarias, estandes, sebos de Porto Alegre, internautas, livreiros ou escritores, seus próprios livros, que já são muitos e arrancam da literatura infantil e chegam a especulações teóricas, que não poucas e muitas passam por Gramsci, outras se demoram em Walter Benjamin. Vamos conversar amanhã no StudioClio no encontro que sempre precede a Feira, a investigação sobre a vida pregressa do Patrono com direito a todas as perguntas.