| 12/07/2007 09h13min
Responsável por, ao lado de Bruno Prada, garantir uma vaga brasileira na classe Star dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, Robert Scheidt criticou o fato de ter que disputar a única vaga destinada ao Brasil com a dupla Torben Grael e Marcelo Ferreira, atuais campeões olímpicos da categoria, em seletiva marcada para fevereiro, no Rio de Janeiro. Para ele, as duas parcerias mereciam estar na China.
– Temos que jogar de acordo com o jogo, mas minha ressalva é com a ISAF (International Sailing Federation ou Federação Internacional de Vela), pois as Olimpíadas deveriam ter os melhores velejadores. Por isso, o critério tinha que permitir mais de um competidor de um mesmo país na mesma classe – afirmou o brasileiro. – Seletiva é uma questão muito polêmica. O lado ruim de um modelo como o brasileiro é que muitas vezes você não está em uma semana boa ou tem uma quebra e fica de fora das Olimpíadas por causa disto. É uma questão que tem que ir lá para cima – completou o campeão do mundo
da Star.
Coincidentemente, Scheidt também teve que disputar vaga com um forte concorrente há pouco mais de 10 anos, na seletiva da Laser para Atlanta-1996, quando eliminou o favorito Peter Tanscheidt, campeão mundial da categoria em 1991.
– Se fossem os dois, o Brasil poderia ter ganho duas medalhas olímpicas na Laser aquele ano – destacou o atleta, que foi medalha de ouro nos Jogos dos Estados Unidos.
Sobre 2008, ele espera uma disputa de vaga bastante complicada, mas acredita que o Brasil vai se beneficiar disto.
– O Torben tem muita experiência neste tipo de competição, que é uma coisa mais frente a frente, sem uma grande flotilha. Mas já demos nossa mensagem e mostramos que vamos vir fortes e com bastante moral. Tem até o lado sáudavel, porque as duas duplas vão se preparar muito para as Olimpíadas – afirmou.
Ele, porém, deixou claro que a relação entre as parcerias é de rivalidade só na água.
– No Mundial, o próprio Marcelo e o Torben vieram nos parabenizar, o que foi uma atitude muito bonita deles – ressaltou Robert.
Apesar de estar focado na Star, Robert Scheidt não descarta a possibilidade de disputar as Olimpíadas de Pequim na Laser.
– O Laser é uma história que espero encerrar agora no Pan, pois pretendo ir para a Olimpíada de Star. Mas é claro que, se acontecer de eu não me classificar, vou ter que pensar duas vezes em voltar à Laser, porque quero muito ir para Pequim – destacou.
GAZETA PRESS