| 27/06/2007 12h52min
O grande teste do técnico Dunga no comando da Seleção Brasileira começa nesta quarta, às 21h50min (de Brasília), no Estádio Poliesportivo Cachamay, em Puerto Ordaz, onde o Brasil estréia contra o México na Copa América da Venezuela, primeira competição oficial do time canarinho sob o comando do capitão de tetra. As duas equipes fazem parte do Grupo B, que conta ainda com Equador e Chile, protagonistas da preliminar.
O problema para Dunga é o time adversário. Nos últimos seis jogos, o México venceu três, empatou duas e só perdeu uma partida para os brasileiros. Um das vitórias mexicanas foi na final da Copa das Confederações em 1999, enquanto o único triunfo brasileiro foi nas quartas-de-final da última Copa América, por 4 a 0. No cômputo geral, no entanto, a vantagem é toda verde-e-amarela: foram 18 vitórias, seis empates e apenas cinco derrotas, em 29 jogos.
– Vamos enfrentar um adversário de muita qualidade técnica e que chega em ritmo de jogo, pois até domingo estava disputando a Copa Ouro (da Concacaf). Além disso, existe sempre aquele nervosismo que rege qualquer estréia. Por causa disso tudo espero muitas dificuldades, mas tenho consciência de que fizemos o possível para começarmos bem em termos de preparação – comentou Dunga.
É o primeiro grande teste da equipe, agora sem Cafu, Roberto Carlos e outros ícones dos últimos anos. Após o fiasco na Copa do Mundo de 2006, nomes como Vágner Love, Robinho e Gilberto Silva precisarão mostrar trabalho para apagar as cicatrizes do passado e comandarem a reformulação imaginada pela CBF. Dunga, contudo, evita comparações entre esse grupo e o de Carlos Alberto Parreira.
– Acredito que para não acontecer os maus resultados da última Copa do Mundo devemos aprender com as lições negativas, corrigindo o que houve de errado e aprimorando aquilo que deu certo. Porém, fico um pouco mais tranqüilo neste aspecto, pois os atletas desta Copa América que estiveram no último Mundial foram reconhecidos por boas atuações e não responsabilizados pelo que aconteceu – destacou.
Apesar do otimismo, a curiosidade para ver como se portará o grupo brasileiro atrás do bi é grande. A preparação para a competição na Venezuela foi marcada por problemas. Para começar, Kaká e Ronaldinho, os dois maiores astros da equipe na atualidade, pediram dispensa para descansar. Foram expostos pela comissão técnica, não gostaram e reuniões foram necessárias para acalmar os ânimos.
Passada a crise, problemas com as liberações de Robinho e Daniel Alves, ambos envolvidos em decisões no futebol espanhol, além do pedido de aposentadoria da Seleção feito pelo meia Zé Roberto, causaram mais estresse para Dunga e seus aliados. Melhor para atletas que vinham esquecidos, como Diego. O ex-santista aproveitou a chance nos amistoso frente Inglaterra e Turquia e tem tudo para finalmente se firmar no escrete.
– Sabemos que estamos lutando por uma vaga na seqüência do trabalho do Dunga na Seleção Brasileira e nosso desempenho nesta Copa América será fundamental nesta luta. Por isso, queremos demais a conquista deste título e vamos batalhar todos os minutos por isso – assegurou o camisa 10.
Se o Brasil parece ter superado os seus problemas iniciais, o México estréia cercado deles. Repercutiu mal no país a derrota de 2 a 1 para os Estados Unidos na final da Copa Ouro e não são poucos os descontentes com o trabalho do técnico Hugo Sánchez, ídolo do Real Madrid no final dos anos 1980. O tropeço para o maior rival de continente foi visto como sinal de decadência, mas o treinador prefere destacar outros aspectos que levaram ao pífio desempenho.
– Não perdemos para os Estados Unidos porque jogamos mal. Perdemos porque o árbitro errou muito e porque não soubemos aproveitar algumas oportunidades. Quero que a equipe se porte da mesma forma contra o Brasil, pois assim teremos boas possibilidades de vencer – assegurou o treinador.
A vida mexicana, no entanto, não será nada fácil. Três jogadores pediram dispensa da Copa América, os zagueiros Ricardo Osorio e Carlos Salcido, além do meia Pável Pardo. O atacante Borgetti sentiu um estiramento na coxa e foi vetado pelo departamento médico. O volante Guardado, com concussão cerebral, é dúvida e pode dar espaço para José Castro. Mesmo assim, o clima é de confiança.
– Dizem que o Brasil já está com uma das vagas. Mas como qualquer equipe, a Seleção Brasileira não vai entrar em campo 100%, mas sim ir crescendo durante o torneio. Por isso, nossas chances de pontuar são boas e assim iremos com moral para encarar o Chile e o Equador, teoricamente nossos concorrentes diretos – completou Sánchez.
GAZETA PRESS