| 12/06/2007 19h57min
O ex-presidente da Infraero Eduardo Bogalho Pettengill disse nesta terça-feira, em depoimento na CPI do Apagão Aéreo na Câmara, que o movimento dos controladores de vôo que causou atrasos e cancelamentos nos aeroportos brasileiros foi uma "barbaridade" e que eles devem ser punidos.
– Os responsáveis por aquele movimento têm que ser punidos, porque fizeram uma barbaridade. Praticaram uma quebra de hierarquia que não é possível de se aceitar – disse.
O major-brigadeiro negou ainda que tenha existido apagão aéreo no país. Para ele, o que houve foi uma coincidência de fatores: a falência de empresas aéreas, a queda do Boeing da Gol e as paralisações de controladores.
Pettengill também afirmou que não existe caixa-preta da estatal e que o Tribunal de Contas da União (TCU) já revirou todas as contas da Infraero. No entanto, o militar admitiu possíveis falhas em licitações:
– Vou dizer uma coisa temerária: a Lei de Licitações não impede o ladrão de roubar, mas impede o honesto de trabalhar. Fazer uma licitação é uma coisa muito complicada – disse Pettengill, argumentando que pode haver conluio entre empresas para participar de uma tomada de preços.
Além disso, defendeu que as companhias aéreas sejam punidas quando não passam corretamente informações sobre horários de vôo aos consumidores.
– Defendo a necessidade de a empresa ser duramente penalizada se ela não informar corretamente o cliente – disse o militar.
Pettengill afirmou que a Infraero não tem culpa quando os telões dos aeroportos divulgam informações incorretas aos passageiros, já que os dados seriam produzidos pelas companhias.
AGÊNCIA O GLOBO
Brigadeiro Eduardo Bogalho Pettengill, à direita, depôs na CPI do Apagão Aéreo
Foto:
Edson Santos
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Agência Câmara