| 06/06/2007 22h13min
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, na Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), disse que ficou "indignado" com o depoimento, na tarde desta quarta-feira, de Daniel Robert Bachmann, coordenador de estratégias de comunicação da Embraer.
Segundo Maia, Bachmann, "omitiu informações, além de suas declarações serem evasivas e decepcionantes". O relator disse que há possibilidade de nova convocação de Bachmann, mais adiante, para esclarecer pontos do seu depoimento.
O funcionário da Embraer estava no avião Legacy, que colidiu com o Boeing da Gol, no dia 29 de setembro de 2006, em que morreram 154 pessoas. Ele era o único ocupante do Legacy que falava português e serviu de intérprete para os pilotos norte-americanos, quando o avião pousou na Base Aérea do Cachimbo, após o acidente.
– Não é possível que, sendo o único interlocutor dos pilotos norte-americanos, ele não tenha tido, nem por curiosidade, a iniciativa de perguntar o que havia causado a colisão dos dois aviões – avalia Marco Maia.
– Ele (Bachmann) está protegendo ou a Embraer ou a empresa compradora do Legacy ou alguém, mas não posso dizer qual ou quem. Vamos examinar os documentos recebidos (as transcrições, em inglês e português, das caixas pretas do Legacy e do Boeing, e das conversas entre os controladores de vôo de Brasília e Manaus), cotejá-los e, se for o caso, reconvocaremos Daniel Bachmann – disse o relator Marco Maia.
As reuniões da CPI na próxima semana serão dedicadas a ouvir o presidente da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), tenente brigadeiro-do-ar José Carlos Pereira, às 9h de terça-feira, e ex-presidentes da empresa, como o major brigadeiro Eduardo Bogalho Pettengill, ex-presidente da Infraero, também na terça-feira, às 13h; e na quinta-feira, Fernando Perrone, às 9h; e o deputado Carlos Wilson, ex-presidente da Infraero, às 13h. Na quarta-feira (13), a CPI reúne-se às 12h para deliberações sobre requerimentos.
AGÊNCIA BRASIL