| 01/06/2007 18h08min
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disputou nesta sexta uma partida de futebol de salão numa quadra improvisada quase no topo da montanha Chacaltaya, situada 5.395 metros acima do nível do mar, como provocação ao veto da Fifa aos estádios situados a mais de 2.500 metros de altitude.
Morales e sua equipe golearam um combinado de uma universidade do país, que tem um laboratório de física no local.
– Esta é uma goleada na Fifa. Mostramos outra vez que podemos jogar na altitude – disse Morales aos jornalistas, após o término da inédita partida, que durou 40 minutos. O governante boliviano marcou três gols no jogo.
Outros em quadra foram o porta-voz presidencial, Alex Contreras, e o ex-jogador Carlos Borja, que defendeu a Bolívia na Copa do Mundo de 1994. Após o jogo, alguns turistas brasileiros e espanhóis que estavam no local se arriscaram a bater uma bolinha.
Morales assegurou ter conversado com seu colega da África do Sul, Thabo Mbeki, para buscar o apoio do país organizador da Copa do Mundo de 2010, e confirmou que o presidente sul-africano entendeu perfeitamente sua posição. Segundo o boliviano, ele disse que, se a medida realmente entrar em vigor, o vencedor do Mundial de 2010 não será efetivamente o campeão do mundo, mas apenas de uma certa altura.
– Sem união no esporte, não há união sul-americana – completou Morales em referência à reunião dos dias 14 e 15 de junho da Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF), que avaliará a medida da Fifa.
Na última quarta, Morales jogou futebol em frente ao Palácio de Governo e depois jogou por uma hora e meia no Estádio Hernando Siles de La Paz, 3.577 metros acima do nível do mar, com três equipes diferentes de jornalistas.
Morales pediu a união do povo boliviano contra a decisão da Fifa, que qualificou de discriminatória com as cidades localizadas na altitude.
A medida, adotada pela Fifa com o argumento de proteger a saúde dos jogadores, afeta também os estádios de outras quatro cidades do país: Cochabamba (2.558 metros), Sucre (2.790), Oruro (3.702) e Potosí (3.976).
O presidente boliviano enviou uma missão a Zurique para tentar fazer com que o organismo mundial mude de idéia, e ao mesmo tempo conversa com diversos líderes do continente para que influenciem suas associações de futebol e apóiem sua causa.
Além disso, seu país prepara relatórios médicos para rebater os diagnósticos usados pela Fifa. Ele convocou para o próximo dia 6 de junho uma reunião em La Paz com prefeitos de cidades na altitude da América do Sul, com o objetivo de coordenar ações conjuntas.
AGÊNCIA EFE