| 21/05/2007 21h16min
O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse nesta segunda-feira se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça para discutir as denúncias de que teria recebido propina de R$ 100 mil da construtora Gautama. Rondeau afirmou ainda que determinou a abertura de um processo administrativo sobre as suspeitas de fraude em licitações públicas de esquema desmantelado pela Operação Navalha da Polícia Federal. A informação é da GloboNews.
– As acusações são gravíssimas, precisam ser apuradas. A sociedade não pode ficar sem resposta. Já mandei abrir um processo administrativo e amanhã (terça) tenho reunião com o presidente Lula – disse a jornalistas em Foz do Iguaçu, onde participou de solenidade ao lado do presidente.
O ministro não quis responder se renunciará ao cargo em função das denúncias. Já o Ministério de Minas e Energia divulgou nota, por meio de sua assessoria, garantindo que Rondeau não pretende renunciar.
Além de sua própria pasta, o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também aplacaram o “prejulgamento” (nas palavras de Rondeau) levantado pelas suspeitas. O vice-presidente José Alencar disse que qualquer decisão sobre o afastamento do ministro cabe a Lula e que as denúncias divulgadas contra o ministro não bastam para condená-lo.
Conforme Tarso, não há nenhuma prova física que confirma as suspeitas. No entanto, ele confirma que houve a entrega deste valor por parte de um funcionário da Gautama ao Ministério de Minas e Energia.
– Não vou fazer nenhuma manifestação porque não tenho nenhuma convicção a respeito da responsabilidade criminal do ministro Silas. Vamos aguardar um pouco. Vamos deixar o ministro Silas falar – disse Tarso.
O presidente do Senado também defendeu o ministro Rondeau com uma linha similar de argumentação:
– Não há nada que comprove o envolvimento do ministro.
Rondeau reagiu às
acusações dizendo que tem uma biografia a zelar, que
esta "acima de cargo, acima de tudo" e que cabe à Justiça investigar o seu suposto envolvimento no recebimento de propinas, mostrado no relatório da Polícia Federal sobre a Operação Navalha.
– Isso é muito ruim. Causa uma indignação. Esse prejulgamento é uma coisa horrível. Eu não posso aceitar isso – disse o ministro.
O ministro encontrou-se nesta segunda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se defender das acusações. A reunião se deu no hotel onde o presidente está hospedado, em Assunção, no Paraguai, já que Rondeau integra a comitiva do presidente na viagem.
Segundo o site G1, Lula assistiu ao vídeo divulgado pela Polícia Federal, na noite de domingo, em que mostra um assessor do ministro recebendo um envelope da secretária da empresa Gautama, responsável pelo esquema.
COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA O GLOBO