| 04/05/2007 07h30min
Debutante em CPIs, o gaúcho Marco Maia assumiu ontem a relatoria da comissão que irá investigar a crise do sistema aéreo. Será dele a responsabilidade de conduzir os depoimentos e apresentar o documento final com resultado das apurações. Vice-líder do PT, Maia pretende convocar as principais autoridades do setor no país para prestar esclarecimento. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ontem a Zero Hora.
Pergunta – Há como evitar que a disputa entre governo e oposição tumultue os trabalhos?
Marco Maia – Essa CPI já começou sem contaminações eleitorais e isso ajuda bastante. Se houver entendimento que o foco é a crise aérea, ir a fundo nas causas e efeitos, já estaremos superando um grande obstáculo. Meu papel é ajudar a resgatar a credibilidade das CPIs, que se perdeu nos últimos anos.
Pergunta – O fato do governo ter maioria na comissão, além da presidência e da relatoria, não favorece uma CPI chapa-branca?
Maia – Qualquer CPI que existiu no Congresso foi um retrato da vontade do eleitor, uma vez que as maiores bancadas têm maioria nas comissões. Não acredito em uma CPI chapa-branca porque os deputados sabem da necessidade de ter um papel idôneo e isento. Se não for assim, ele será cobrado nas ruas pelo eleitor. Minha obrigação é produzir um relatório condizente com aquilo que a sociedade espera, sem influência do governo ou de partidos.
Pergunta – O advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula e prestador de serviços para empresas aéreas, será investigado?
Maia – Todos os elementos de causa e efeito da crise aérea, além de suas eventuais conexões, serão investigados. Não vamos predeterminar o que será investigado ou não. Mas sem exageros. Fazer ligação da crise com alguém que teria proximidade com o presidente Lula só porque essa pessoa trabalhou para empresas aéreas me parece um desses exageros.
ZERO HORA