| 26/04/2007 18h50min
Os três suspeitos de comprar liminares de desembargadores para funcionamento de casas de bingo ouvidos nesta quinta-feira pela Justiça Federal entraram com habeas corpus no Tribunal Regional Federal para que sejam colocados em liberdade. Segundo seus advogados, eles querem ter o mesmo tratamento dos magistrados, que foram soltos no início da semana, por decisão da Justiça.
Aniz Abrahão David, o Anísio, Ailton Guimarães, o Capitão Guimarães, e Antonio Petrus Kalil, o Turcão, negaram envolvimento com a máfia dos jogos e com o suposto esquema de venda de liminares por desembargadores.
De acordo com o advogado de Anísio, Ubiratan Guedes, se os magistrados investigados no caso estão soltos, seu cliente tem o mesmo direito.
– Aqueles que seriam, em tese, os corrompidos e teriam a obrigação, em tese, de defender o interesse público foram soltos, porque se entendeu que não cabia a prisão. Ora, se não cabia para aqueles que são funcionários públicos, obviamente não cabem para esses que estão aqui – disse Guedes.
Tanto Anísio quanto Capitão Guimarães, que é presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), teriam assumido, no depoimento, que tiveram envolvimento com o jogo do bicho no passado. Mas hoje nenhum dos dois teria envolvimento com a contravenção, com máquinas caça-níqueis ou com casas de bingos, segundo seus advogados.
– Ele [Capitão Guimarães] admitiu apenas que, no passado, teve alguma atividade na parte contravencional, mas que não tem absolutamente nenhuma ligação com nenhuma casa de bingo, nem com jogo do bicho, nem com máquinas caça-níqueis. Hoje, ele tem uma atividade ligada à Liesa, tem algum patrimônio acumulado, renda de aluguéis e aplicações financeiras – disse seu advogado, Nélio Machado.
Os três foram os primeiros de uma série de depoimentos que acontecerão na 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, até 7 de maio, por conta da Operação Furacão da Polícia Federal. Os presos chegaram ao Rio de Janeiro, vindos de Brasília, no início da tarde, e em seguida foram encaminhados para uma carceragem da Secretaria de Segurança Pública do estado.
Nesta sexta-feira, devem depor José Renato Granado Ferreira, Paulo Roberto Ferreira Lino e Julio César Guimarães Sobreira, a partir das 13h, na 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
AGÊNCIA BRASIL