| 11/04/2007 13h43min
Alvo de muitas críticas desde que anunciou a mudança de critérios seletivos para a equipe de salto dos Jogos Pan-Americanos do Rio, o presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Maurício Manfredi, afirmou que todas as atitudes da entidade têm um único fim: garantir a presença brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim/2008.
O hipismo é uma das 13 modalidades nas quais o Pan-americano funciona como porta de entrada para as Olimpíadas. Para obter a classificação, o Brasil precisa subir ao pódio.
– Precisamos no mínimo do bronze para ir às Olimpíadas por equipe – destaca Manfredi, afirmando que a entidade não incluiu o índice técnico como tentativa de contornar o impasse criado pela alteração nas regras da seletiva.
Logo após a posse da nova diretoria, no início do ano, a CBH alterou o regulamento seletivo para o Pan, adotando apenas duas provas classificatórias no Brasil e convocando Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves pelo ranking.
Na última segunda, a CBH complementou os critérios limitando em 28 o número de pontos que os candidatos podem perder na somatória das seletivas. Caso um número insuficiente de conjuntos atenda a esta exigência, o chefe de equipe nacional pode convocar os conjuntos que quiser para compor o grupo. Na prática, isso permitiria convocar os atletas que vivem no exterior e não participarem das classificatórias. Mas Manfredi nega que o objetivo seja esse.
– A intenção não foi abrir portas nem dar uma solução (para o impasse). Só queremos garantir a equipe mais forte possível no Pan.
Segundo ele, pelo menos três conjuntos nacionais têm condições de atender à nova exigência seletiva.
– Eu pessoalmente acredito que até mais de três. Se fosse eles (cavaleiros no exterior) viria participar das seletivas porque é muito arriscado achar que não vão atender ao índice.
O índice de 28 pontos perdidos foi estabelecido pela média do terceiro melhor cavaleiro da equipe nacional nas três últimas edições pan-americanas. De acordo com Manfredi, o cálculo deste número foi exatamente o motivo que impediu a entidade de anunciar a exigência assim que alterou a seletiva.
– Na época, não havia como, porque só tivemos acesso a estes números após uma pesquisa dos resultados – justifica.
Mesmo reconhecendo que a exigência pode criar certo mal-estar entre os cavaleiros que moram no Brasil, Manfredi garante que os fins justificam os meios.
– É uma dificuldade a mais, mas que aumenta as chances de uma classificação olímpica.
Principal estrela do hipismo nacional, o atual campeão olímpico Rodrigo Pessoa abriu mão de sua vaga no Pan insatisfeito com as mudanças na seletiva. De acordo com Manfredi, até o momento não houve diálogo entre a entidade e o cavaleiro, mas o canal está aberto.
– Não nos falamos até agora, mas acredito que conversaremos com ele. O Rodrigo está preocupado em formar a melhor equipe possível para o Pan, assim como eu – completa o dirigente.
GAZETA PRESS