| 02/04/2007 18h43min
O assessor de Comunicação Social da Associação dos Controladores de Vôo de Brasília, Ulisses Fontenele, reconheceu nesta segunda que o movimento dos controladores, na maioria militares de baixa patente, quebrou a hierarquia da força.
– Isso não resta dúvida, mas foi uma situação bem diferente. Houve quebra de hierarquia? Houve. É um problema muito sério para a tropa? É. Eu não vou dizer que não seja. Se em novembro já tivessem resolvido isso, não teria qualquer problema para a tropa – afirmou Fontenele, durante debate na TV Câmara sobre a crise aérea nacional.
Ulisses Fontenele disse que o serviço de controladores de vôo na Aeronáutica funciona como um câncer que tinha que ser extraído logo.
– Deixaram se alastrar, e agora o prejuízo será muito grande – alertou.
Segundo ele, para restaurar a hierarquia entre os militares da Aeronáutica, "será necessária uma quimioterapia pesada para salvar o corpo por uma questão de momento". Quanto à quebra de confiança dos consumidores com os serviços das companhias aéreas, Fontenele afirmou que só será restaurado com ações transparentes. Segundo ele, tem que ser trabalhado para mostrar ao cidadão o que funciona e o que não funciona no serviço aéreo nacional.
– É por isso a nossa briga pela desmilitarização. A parte militar foi sempre aquele negócio de proteger. Isso em toda a parte do mundo. Tem que ser transparente – afirmou.
Ele não acredita, entretanto, que a instalação de uma CPI para apurar a crise aérea nacional seja o caminho para esta transparência.
– Uma CPI é mais para fazer política do que propriamente fazer a coisa funcionar. Uma CPI tem que ser para a Infraero para investigar como foram feitas as licitações, é uma outra história.
Fontenele ressaltou que, no que diz respeito ao controle de tráfego aéreo, uma investigação do Ministério Público resolveria o problema para que as coisas começassem a funcionar. Segundo o assessor, os controladores não tinham a intenção de causar prejuízos às pessoas que utilizam o transporte aéreo ao deflagrarem o movimento de greve na sexta-feira.
AGÊNCIA BRASIL