| 21/03/2007 14h39min
Não há crise no setor aéreo, afirmou hoje o ministro do Turismo e futuro titular das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia. Segundo ele, o que houve foi um enorme conjunto de fatores infelizes que levou ao apagão no segmento. A análise dele é a mesma para todas as ocasiões em que houve problema nos vôos em todo o país desde outubro do ano passado.
– Os problemas começaram em março do ano passado, com o cancelamento de vôos da Varig, que nunca foram retomados – disse, completando que, no final da crise, o país havia perdido no total 6 milhões de assentos de oferta anual.
– Quando as coisas pareciam estar se estabilizando, com as outras companhias se esforçando para atender à demanda deixada pela Varig, houve o acidente com o avião da Gol – afirmou em referência à tragédia ocorrida no fim de setembro passado e que causou a morte de 154 pessoas.
Naquela época, disse, para cumprir regulamentos internacionais, todos os controladores em serviço no
momento do acidente no comando
aéreo precisaram ser afastados. Com vários outros pedindo licença na mesma ocasião, estourou algo que já se imaginava que iria acontecer, afirmou Mares Guia.
A mesma explicação, de fatalidade, foi usada para explicar o apagão na semana do Natal de 2006. Segundo o ministro, nenhuma empresa faz "overbooking" no Natal, já que todos os passageiros viajam. O problema foi a quebra de seis aviões da TAM que desestabilizou sua malha e comprometeu vôos em todo o país.
– E tudo isso (ocorreu) em dezembro e janeiro, quando começam as chuvas em São Paulo e afetam Congonhas, o que prejudicou ainda mais a operação – disse.
Sobre os atrasos registrados no último domingo, dia 18, quando equipamentos de controle de vôo do Cindacta-1, de Brasília, deram problema, causando atrasos nos vôos, Mares Guia afirmou que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou que a Polícia Federal acompanhe a apuração dessa ocorrência.
O ministro, que
deixa o cargo nesta sexta para ser substituído pela
ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, afirmou, porém, que os problemas de controle aéreo não são culpa de sua pasta ou das empresas e que o controle de vôo é responsabilidade do Ministério da Aeronáutica.
– São eles que têm de controlar – e têm feito isso – o controle aéreo. Tem até um brigadeiro para comandar isso – afirmou.