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 | 20/03/2007 10h48min

Governo e oposição seguem em desacordo sobre CPI do Apagão Aéreo

Base aliada derrubou primeira manobra de obstrução em comissão da Câmara

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara aprovou na manhã desta terça, por 36 votos contra 12, a ata de sua reunião anterior. Com isso, os deputados da base do governo conseguiram derrubar a primeira tentativa de obstrução feita pelos parlamentares da oposição. O objetivo do bloco oposicionista é evitar a votação do recurso apresentado pelo líder do PT, deputado Luiz Sérgio (RJ), contra a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, até que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronuncie sobre a matéria. O grupo tem que uma decisão da CCJ acabe levando o STF a não querer interferir na opção do Congresso.

Segundo o líder do PFL na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), os governistas não querem a CPI porque têm medo de que ela traga a público irregularidades que teriam ocorrido na Infraero, estatal que administra os aeroportos. O pefelista acusou a estatal de financiar campanhas de governistas. Segundo ele, para provar as irregularidades, a oposição quer cruzar relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) com os financiamentos.

Onyx e um grupo de parlamentares da oposição se reuniram nesta segunda com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para propor uma trégua na disputa com os governistas. Pela proposta, a oposição desistiria da obstrução das votações em troca de a base aliada adiar a votação do recurso de efeito suspensivo apresentado pelo PT na CCJ até que o STF se pronuncie.

Os líderes da base, no entanto, recusaram a proposta. O líder do governo, José Múcio Monteiro (PTB-PE), disse que a base aliada não teria como recuar depois de ter insistido tanto na apresentação do recurso à CCJ.

– Se não fizéssemos isso, passaríamos a impressão de que não estávamos defendendo uma coisa correta, de que não estávamos acreditando naquele tese. Vamos manter a votação do recurso amanhã na CCJ e depois poderemos até abrir negociação com a oposição, mas agora não – afirmou.

Segundo o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), o processo já está bem avançado na CCJ, inclusive com a leitura do relatório favorável ao recurso. Ele disse que a base aceita analisar a proposta da oposição só após a votação na CCJ, antes de levar a matéria ao plenário da Câmara.

– Entre a CCJ e o plenário podemos voltar a conversar – afirmou.

AGÊNCIAS CÂMARA E O GLOBO
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