| 15/03/2007 15h34min
Após três dias de protestos da oposição contra o recurso apresentado pelo PT para impedir a instalação da CPI do Apagão Aéreo, a Câmara conseguiu aprovar apenas uma matéria nesta semana. Ainda assim, a sessão desta quinta-feira terminou sem que fossem votados os destaques do projeto que obriga bares, restaurantes e hotéis a fixar cartazes alertando que a prostituição infantil é crime. A continuação da votação ficou para a próxima semana, já que não estão previstas novas sessões nesta semana.
Após duas horas e meia de obstrução de líderes oposicionistas, teve início a votação nominal do projeto, que é de interesse da bancada feminina e deveria ter sido votado na semana do Dia Internacional da Mulher. A oposição chegou a declarar que não abriria mão da obstrução nesta quinta-feira e se comprometeu a aprovar o projeto - um substitutivo da deputada Maria do Rosário (PT-RS) ao Projeto de Lei 4125/04, da CPI da Exploração Sexual - em outro momento. Para que houvesse votações, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), convocou sessão extraordinária para esta manhã.
A primeira tentativa de atrapalhar os andamentos dos trabalhos foi feita no início da sessão. Deputados do PFL, PSDB e PPS se declararam em obstrução, tentando impedir que o quórum necessário para iniciar a sessão fosse alcançado. Não conseguindo derrubar a reunião, a oposição tentou retirar o projeto de pauta. Sem sucesso, o PFL entrou com requerimento exigindo que o projeto de lei fosse votado artigo por artigo.
A manobra da oposição surtiu efeito. A aprovação do texto-base do projeto contra a prostituição infantil foi o único resultado no plenário da Câmara nesta semana. Desde terça-feira, a Casa não conseguia votar qualquer projeto. Nesta quinta, Chinaglia tentou um acordo para uma nova sessão extraordinária, mas com a obstrução da oposição e a discordância quanto à manutenção da lista de presença o acordo não foi possível.
O líder do PFL, Onyx Lorenzoni (RS) que
manifestou a discordância, ressaltou que a
oposição não discorda quanto ao mérito da proposição, mas se ressalva o direito ao protesto contra as ações que têm impedido a instalação da CPI do Apagão Aéreo.