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 | 12/03/2007 11h30min

Portas giratórias e vigilantes não são obstáculo para assaltos a bancos

Em um terço dos ataques no Estado, ladrões destruíram equipamentos

Em cerca de um terço dos ataques a bancos no Rio Grande do Sul, os ladrões quebraram portas giratórias e renderam vigilantes das agências. De janeiro a março, ocorreram 25 roubos e arrombamentos a bancos no Rio Grande do Sul, o que dá uma média de um caso a cada três dias em 2007. Para se ter uma idéia da proporção destes ataques, em São Paulo ocorreram neste ano 30 assaltos no mesmo período, sendo que o número de agências é quatro vezes maior do que no Rio Grande do Sul.

Quinze desses ataques ocorreram na Região Metropolitana, sendo 10 somente em Porto Alegre. O Banrisul é a instituição mais visada pelos bandidos. Foi atacada oito vezes, seguido do Sicredi e Bradesco, com cinco ataques cada um.

Mas o que chama a atenção nos números é que a porta giratória, antes sinônimo de segurança para clientes e bancários, não está mais sendo um obstáculo para os ladrões. Em pelo menos em um terço das ocorrências, as quadrilhas atacaram, a marretadas, as porta giratórias dos bancos. Nem mesmo as portas de vidro escaparam.

O caso mais surpreendente foi registrado no começo do ano, em Canela. Ladrões usaram um caminhão-guincho para arrancar parte da fachada do prédio onde estava um cofre com boca-de-lobo. Em outros oito casos, os assaltantes renderam vigilantes e gerentes no setor de auto-atendimento, forçando a entrada nos setores de caixas e cofres.

A constatação, segundo o Coordenador da Comissão de Segurança dos Bancos e integrante das Associações de Bancos do Rio Grande do Sul, Jaci Meyer, demonstra a ousadia dos bandidos, que não respeitam mais as autoridades. Os vigilantes são orientados a evitar o confronto com os criminosos, a fim de garantir a segurança dos clientes e funcionários.

O diretor de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Ademir Widerckier, credita o fato à falta de segurança nas agências. Mas a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informa que as instituições investem US$ 2 bilhões por ano nas agências de todo o país.

Mesmo com o investimento, o subcomandante geral da Brigada Militar, coronel Paulo Mendes, diz que o sistema de vigilância e as portas giratórias são ineficientes. Segundo ele, os vigilantes assaltados acabam sendo grandes fornecedores de armas para o crime.

O presidente da Federação dos Trabalhadores de Vigilância, Evandro dos Santos, confirma que, no ano passado, 96 armas foram roubadas de vigilantes durante assaltos, mas, para ele, esse número é muito pequeno. Santos também rebate as críticas da Brigada Militar, alegando que a corporação está querendo transferir o papel de proteger a sociedade para o sistema privado.

Segundo a Febraban, existem no Brasil mais de 17,5 mil agências bancárias e mais de 10 mil postos de atendimento bancários. Pelas normas em vigor, todas devem dispor de vigilantes, alarmes e equipamentos eletrônicos. E, a partir deste ano, os vigilantes precisam usar coletes à prova de bala, e detectores manuais passarão a integrar os itens de segurança.

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