| 27/02/2007 07h10min
De microfone na mão, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho comandou ontem a cerimônia de adesão de 66 dos 77 convencionais do partido no Estado à candidatura do deputado Michel Temer (SP) à presidência da sigla. O PMDB escolherá seu presidente em convenção no dia 11 de março.
A vaga é disputada por Temer, que concorre à reeleição, e pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim. O Rio é decisivo na eleição não apenas por ser governado pelo PMDB - o governador Sérgio Cabral, que apóia Jobim, esteve presente à solenidade -, mas por ter o maior número de votos na convenção.
Apesar da presença de Cabral, o ato de ontem foi uma derrota para o governador. Rompido com Garotinho e com a mulher dele, a ex-governadora Rosinha Garotinho, Cabral lamentou em seu discurso a negativa do diretório estadual de ceder o auditório para um encontro semelhante com Jobim. Garotinho disse que o local já estava reservado para um encontro de presidentes de zonais do partido. O governador se retirou antes do fim da reunião e não se despediu do desafeto.
Apesar da preferência pelo ex-presidente do STF, Cabral disse que Jobim e Temer têm gabarito para presidir o PMDB e que o partido tem de encontrar "uma solução de unidade". Garotinho, por sua vez, criticou o governo do correligionário, principalmente por conta do fim dos programas Cheque Cidadão e Jovens pela Paz.
O grupo de Temer garante que o candidato tem o apoio dos governadores Paulo Hartung (ES), Luiz Henrique (SC) e André Puccinelli (MS). Os aliados de Jobim contam com a adesão de Cabral, Eduardo Braga (AM) e Marcelo Miranda (TO) à candidatura do ex-presidente do STF.
Temer também busca o apoio de Roberto Requião (PR), com quem esteve reunido na semana passada, embora o governador não tenha declarado publicamente apoio a nenhum dos dois candidatos.
ZEO HORA