| 22/02/2007 13h02min
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, afirmou hoje que os Estados Unidos não planejam atacar o Irã, como represália contra seu polêmico programa nuclear, mas também não descartou a possibilidade de uma intervenção militar.
– Não sei de ninguém em Washington que planeje uma ação militar contra Teerã – disse Blair, em entrevista concedida à rede pública de televisão BBC.
No entanto, o chefe do governo britânico frisou que "não se pode prever as circunstâncias futuras, apesar de o Irã não ser o Iraque".
– Não acho que seja correto empreender uma ação militar contra o Irã. Acho importante usar os meios políticos e diplomáticos. Acredito que esta é a única forma de conseguir uma solução sensata para o problema do Irã – disse o líder trabalhista.
Blair fez as declarações antes da divulgação de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa nuclear iraniano, que possivelmente confirmará que Teerã
não interrompeu o enriquecimento de urânio. Na
quarta-feira, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, já havia indicado que seria "impossível" frear as atividades nucleares do país, acrescentando que não renunciará ao direito iraniano de ter acesso às tecnologias atômicas.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas exige que Teerã suspenda o enriquecimento de urânio e, caso o Irã não cumpra esta exigência, a organização poderá defender a imposição de sanções extras contra o país. Em 23 de dezembro, a ONU concedeu à AIEA um prazo de 60 dias para elaborar um relatório que informe se o Irã cumpriu ou não a resolução 1.737 do organismo, que exige a interrupção de "todas as atividades relacionadas ao enriquecimento de urânio".
Apesar de o regime dos aiatolás insistir que o programa nuclear iraniano possui apenas fins civis, como a geração de energia elétrica, os Estados Unidos e a União Européia acreditam que o Irã pretende construir armas atômicas.